- 05 de novembro de 2024
Na segunda quinzena de novembro o Presidente Nestor Kischner da Argentina esteve na Venezuela e juntamente com seu colega venezuelano Hugo Chavez firmou compromisso para a construção de um gasoduto entre os dois países. Não caberá a nós brasileiros ficar discutindo se a distancia entre os dois países inviabiliza o projeto.
Este filme todos nós roraimenses já assistimos e não faz assim tanto tempo. Foi na fase de negociação para trazer a energia de Guri para Roraima. A ação imediata que devemos fazer é justamente mostrar que o melhor e mais curto caminho entre os dois países passa exatamente pela BR-174, a partir de Pacaraima, cruzando o estado de norte a sul e chegando a Manaus. De lá para Porto Velho e daí pela Bolivia até a Argentina!
O Governo de Roraima já percebeu a enorme oportunidade que se acabou de criar para o nosso estado e trabalha, com as ferramentas de que dispõe, para que tal projeto se concretize. O governador Ottomar Pinto já está elaborando uma pauta junto ao Ministro da Integração e Comercio Exterior, Gustavo Marquez da Venezuela, para registrar com todas as letras, que este estado fará tudo o que for possível para que o gasoduto passe por aqui. É evidente que as questões anteriores como a importação de calcáreo e combustíveis farão parte importante da pauta, além é claro, da remoção dos entraves que chateiam os turistas de ambos os países e dificultam a vida dos importadores e exportadores de lá e de cá.
É essencial que as pessoas deste estado compreendam os benefícios que o gasoduto passando por aqui vai nos proporcionar. Olhem por este lado. O gas brasileiro é bem mais barato do que a gasolina brasileira. Prova disso, é o número de conversões para gas que se tem feito nos carros do país inteiro. Agora olhemos o outro lado. O gas venezuelano de onde virá, região de Maturin, hoje é queimado dia e noite, apenas para aliviar a pressão interna dos poços e permitir a extração mais fácil do petroleo.
Quem quiser verificar é só ir de carro de Maturin a uma pequena cidade chamada de Punta del Mata e olhar para um lado e para o outro. Isso não significa de nenhuma forma que a Venezuela vá doar o gas que hoje queima, mas, é evidente que o preço venezuelano será bem menor do que o que hoje se pratica neste estado. E se a bancada federal conseguir sensibilizar Brasilia para isentar o gas dos impostos federais, será mais baixo ainda.
Com gas abundante e barato eu não tenho nenhuma dúvida de que tanto os automóveis, pick ups, tratores e mais uma dezena de outros motores o consumirão! E aí será mais um atrativo importante para fazer com que nossas terras produzam a preços altamente competitivos. Por isso, não entendo, como outros, que o Governo Estadual tenha que estabelecer prioridade entre a questão fundiária e o gasoduto. Os dois desafios se resolvidos farão com que Roaima dê um salto de produção que vai impressionar o restante do nosso país! Por isso é fundamental lutar pelos dois!
* Secretario Extraordinario das Relações Institucionais com Países Fronteiriços