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O NÓ APERTA MAIS UM POUCO - Márcio Accioly

Os principais meios de comunicação, num tipo de comportamento que deve ser classificado como estranho (e bota estranho nisso), não estão publicando nada a respeito do extorsivo aumento de 43,38% no Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres. O aumento foi autorizado pelo ministro Antônio Palocci Filho (Fazenda).


Os principais meios de comunicação, num tipo de comportamento que deve ser classificado como estranho (e bota estranho nisso), não estão publicando nada a respeito do extorsivo aumento de 43,38% no Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres.

O aumento foi autorizado pelo ministro Antônio Palocci Filho (Fazenda), envolvido em denúncias das mais cabeludas ao tempo em que ocupou por duas vezes a prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Sua excelência nadou de braçadas, no mar de lama ali implantado.

Somente o excelente portal "Alerta Total" ( http://alertatotal.blogspot.com ) tem veiculado o assunto. O restante da mídia, atendendo aos muitos interesses, tem se atado a conveniente "esquecimento".

A Associação de Proprietários de Veículos do Estado de São Paulo (Aprovesp) deu entrada numa ação civil pública com o objetivo de obrigar a Susep - Superintendência de Seguros Privados (órgão vinculado ao Ministério da Fazenda), suspender tal abuso que deverá incidir no DPVAT de 2006. O "Alerta Total" colocou a boca no trombone.

Se a Justiça não se posicionar contrariamente à medida, os proprietários de automóveis e táxis irão pagar, a partir de janeiro próximo, 76 reais e oito centavos de seguro obrigatório. Já quem possui motocicleta deverá desembolsar 137 reais e 65 centavos, enquanto os caminhoneiros arcarão com 81 reais e 70 centavos.

Esse grande "favor" prestado por Palocci aos banqueiros e detentores do capital não sairá de graça. Já se fala que sua excelência deverá se afastar do cargo em abril próximo e embarcar numa campanha eleitoral para a conquista de mandato de deputado federal. Recursos financeiros não lhe faltarão, diante de tantos bons "amigos".

Essa representação parlamentar brasileira é verdadeiro escárnio. A maioria dos mandatos é conquistada na base da compra de votos.

É só verificar o caso do atual presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que morou em Washington durante vários anos (onde, segundo o colunista Cláudio Humberto, dava festas nas quais recebia convivas, vestido em reluzente baby-doll vermelho), até voltar para o estado de Goiás na campanha eleitoral de 2002.

Apesar de afastado há vários anos, Meirelles fez campanha milionária para deputado federal e alcançou a maior votação proporcional da história de Goiás. Só isso já mereceria uma CPI. Mesmo que tal CPI não resultasse em nada, como a do Banestado que flagrou o mesmíssimo Meirelles em crimes de fraude fiscal e evasão de divisas, entre outros.

Palocci e Meirelles são protegidos por todos os setores capitalistas que vivem às custas do trabalho e do sofrimento da grande massa populacional brasileira. Agora mesmo, busca-se um plano que derrame parcela dos bilhões canalizados para pagamento de dívida externa inexistente (já foi paga) em alguns "projetos sociais".

Quer-se reeleger Dom Luiz Inácio (PT-SP), mero pau-mandado dessa gente.

Nosso amável beberrão é capaz de qualquer coisa para permanecer no posto, voando para cima e para baixo, sem nada produzir. Depois de ter afirmado ser "unha e carne" com Palocci, sua excelência o repreendeu publicamente na última reunião ministerial, insatisfeito com a redução de 1,2% ocorrida no PIB no terceiro trimestre do ano.

A situação nacional só conseguirá melhorar se as classes médias, que vêm se excluindo do processo político, cerrarem fileiras em torno de mudanças efetivas.

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