- 05 de novembro de 2024
Os principais meios de comunicação, num tipo de comportamento que deve ser classificado como estranho (e bota estranho nisso), não estão publicando nada a respeito do extorsivo aumento de 43,38% no Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres.
O aumento foi autorizado pelo ministro Antônio Palocci Filho (Fazenda), envolvido em denúncias das mais cabeludas ao tempo em que ocupou por duas vezes a prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Sua excelência nadou de braçadas, no mar de lama ali implantado.
Somente o excelente portal "Alerta Total" ( http://alertatotal.blogspot.com ) tem veiculado o assunto. O restante da mídia, atendendo aos muitos interesses, tem se atado a conveniente "esquecimento".
A Associação de Proprietários de Veículos do Estado de São Paulo (Aprovesp) deu entrada numa ação civil pública com o objetivo de obrigar a Susep - Superintendência de Seguros Privados (órgão vinculado ao Ministério da Fazenda), suspender tal abuso que deverá incidir no DPVAT de 2006. O "Alerta Total" colocou a boca no trombone.
Se a Justiça não se posicionar contrariamente à medida, os proprietários de automóveis e táxis irão pagar, a partir de janeiro próximo, 76 reais e oito centavos de seguro obrigatório. Já quem possui motocicleta deverá desembolsar 137 reais e 65 centavos, enquanto os caminhoneiros arcarão com 81 reais e 70 centavos.
Esse grande "favor" prestado por Palocci aos banqueiros e detentores do capital não sairá de graça. Já se fala que sua excelência deverá se afastar do cargo em abril próximo e embarcar numa campanha eleitoral para a conquista de mandato de deputado federal. Recursos financeiros não lhe faltarão, diante de tantos bons "amigos".
Essa representação parlamentar brasileira é verdadeiro escárnio. A maioria dos mandatos é conquistada na base da compra de votos.
É só verificar o caso do atual presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que morou em Washington durante vários anos (onde, segundo o colunista Cláudio Humberto, dava festas nas quais recebia convivas, vestido em reluzente baby-doll vermelho), até voltar para o estado de Goiás na campanha eleitoral de 2002.
Apesar de afastado há vários anos, Meirelles fez campanha milionária para deputado federal e alcançou a maior votação proporcional da história de Goiás. Só isso já mereceria uma CPI. Mesmo que tal CPI não resultasse em nada, como a do Banestado que flagrou o mesmíssimo Meirelles em crimes de fraude fiscal e evasão de divisas, entre outros.
Palocci e Meirelles são protegidos por todos os setores capitalistas que vivem às custas do trabalho e do sofrimento da grande massa populacional brasileira. Agora mesmo, busca-se um plano que derrame parcela dos bilhões canalizados para pagamento de dívida externa inexistente (já foi paga) em alguns "projetos sociais".
Quer-se reeleger Dom Luiz Inácio (PT-SP), mero pau-mandado dessa gente.
Nosso amável beberrão é capaz de qualquer coisa para permanecer no posto, voando para cima e para baixo, sem nada produzir. Depois de ter afirmado ser "unha e carne" com Palocci, sua excelência o repreendeu publicamente na última reunião ministerial, insatisfeito com a redução de 1,2% ocorrida no PIB no terceiro trimestre do ano.
A situação nacional só conseguirá melhorar se as classes médias, que vêm se excluindo do processo político, cerrarem fileiras em torno de mudanças efetivas.
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