- 05 de novembro de 2024
Um ano, um mês e seis dias depois de empossado no cargo (por decisão do Tribunal Superior Eleitoral - TSE), o governador de Roraima, Ottomar de Sousa Pinto (PSDB), anunciou o pagamento antecipado do salário dos servidores, juntamente com o 13°. Conseguiu, com pulso forte e decisões firmes, reverter cenário de desesperança.
O Estado saiu da quase insolvência para gestão na qual os recursos financeiros são suficientes no provimento de tratamento digno. Longe do rebaixamento e da humilhação que se impunham. Bastou fechar as torneiras da bandalheira e do desperdício.
Além disso, Ottomar comunicou um aumento de sete por cento a ser pago aos servidores, já na folha de janeiro, elevando o salário mínimo dos funcionários públicos estaduais para 428 reais.
A antecipação salarial deixou oposicionistas de plantão confundidos e sem bandeira, já que há até bem pouco a administração patinava na corrupção e na escassez financeira.
Sem ter o que fazer (embaralhados em despreparo gritante), os adeptos do quanto pior melhor (e da corrupção sistematizada) difundem informações negativas acerca da saúde do governador. Como se fosse possível colher proveito no caso de materialização de funestos desejos. Tal atitude só faz corroborar vezo de total ignorância.
Na segunda gestão presidencial de Getúlio Vargas (1951-54), a oposição liderada pelo jornalista Carlos Lacerda (1914-77) não dava trégua. Lacerda era culto e excelente orador. Um ex-comunista que foi para a extrema direita e tornou-se adepto do liberalismo econômico (entreguismo), contrário à política estatizante de Vargas.
Moveu céus e terras contra o então presidente, a quem chamava de "monstro" e acusava de comandar um "mar de lama" que nem de longe poderia ser comparado aos desmandos sem limites ora vividos. E Getúlio criou a Petrobrás, a Fábrica Nacional de Motores e a Companhia Siderúrgica Nacional, entre outras ações memoráveis.
No jornal Tribuna da Imprensa (RJ), Lacerda escrevia artigos nos quais encurralava Getúlio. Até que, no dia cinco de agosto de 1954, indignado com a virulência dos ataques desferidos (através dos jornais, rádio e televisão), Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio, resolveu decidir o caso por conta própria e à sua maneira.
Contratou dois pistoleiros para executarem Carlos Lacerda. Na noite daquele dia, quando este se aproximava de seu apartamento na rua Toneleros (Rio de Janeiro), acompanhado do major da Aeronáutica Rubens Vaz, foi atingido por disparos de arma de fogo no pé enquanto o oficial tombava fuzilado.
O episódio se arrastou até 24 de agosto, dia em que o presidente redigiu carta-testamento e se matou no Palácio do Catete (RJ) com um tiro no coração. Naquele fatídico agosto, Getúlio já estava politicamente morto. Ao sair da vida "para entrar na história", (através do suicídio), reergueu-se como um gigante e dominou a cena política.
A população contrária a Getúlio logo mudou de opinião. A Tribuna da Imprensa foi empastelada, seus adversários foram perseguidos e agredidos nas ruas e Carlos Lacerda só não foi massacrado pelo povo porque se refugiou na Embaixada dos Estados Unidos.
Aos que desconhecem a história, carecendo de senso perceptivo (no referente ao comportamento das massas), aconselha-se mirar nos exemplos, atendo-se à única saída disponível: rezem, orem, façam qualquer coisa. Peçam a Deus que abomináveis vaticínios não se realizem. Sofreriam mais do que colheriam benefícios. Seriam literalmente varridos.
Email: [email protected]