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ROLO NA PM - Mais de R$ 1,4 milhão são desviados das contas do SAS e da Polícia Militar

A Polícia Militar de Roraima está diante de um escândalo sem precedentes ao longo de seus 30 anos de história. O desvio de recursos - próprios, estaduais e federais - supera a cifra de 1 milhão e 430 mil reais, sendo R$ 674 mil da conta da Polícia Militar (recursos estaduais) e da conta do SAS/PM (Serviço de Assistência Social, entidade sem fins lucrativos criada no âmbito da corporação para promover o atendimento à saúde de seus integrantes); R$ 421 mil de recursos federais repassados pelo SUS (Sistema Único de Saúde); e mais R$ 335 mil oriundos de contribuições de associados para a construção do Hospital da corporação, tendo o SAS/PM como destinatário final.


A Polícia Militar de Roraima está diante de um escândalo sem precedentes ao
longo de seus 30 anos de história. O desvio de recursos - próprios,
estaduais e federais - supera a cifra de 1 milhão e 430 mil reais, sendo R$
674 mil da conta da Polícia Militar (recursos estaduais) e da conta do
SAS/PM (Serviço de Assistência Social, entidade sem fins lucrativos criada
no âmbito da corporação para promover o atendimento à saúde de seus
integrantes); R$ 421 mil de recursos federais repassados pelo SUS (Sistema
Único de Saúde); e mais R$ 335 mil oriundos de contribuições de associados
para a construção do Hospital da corporação, tendo o SAS/PM como
destinatário final.

Os recursos foram desviados a partir do ano 2000 para as contas particulares
de Evanilso Alves da Silva, soldado PM que integrou a administração do
SAS/PM até o fim do ano 2004 e hoje se acha lotado no Gabinete Militar do
Governo de Roraima; do soldado da Base Aérea de Boa Vista (BABV) Pedro
Iradilson Alves da Silva, irmão de Evanilso; de Paulo Oliveira da Silva,
ex-funcionário civil do SAS/PM, e de Cleyde de Souza Brito, ex-mulher de
Paulo Oliveira.

Inquérito Policial
Todas as maracutaias foram apuradas em um IPM (Inquérito Policial Militar)
presidido pelo major PM Ronan Marinho Soares, mandado instaurar pelo então
comandante-geral da corporação, coronel PM Ben-Hur Gonçalves, no início
deste ano de 2005. O IPM reúne um calhamaço de papel num total de 1.928
páginas, divididas em 12 volumes, entregue ao Comando da corporação no
último dia 13, terça-feira passada, para homologação.

A sangria dos recursos ocorria, segundo os autos, a partir do uso de senhas
das contas da PM e do SAS/PM pelos acusados. Um deles, Paulo Oliveira, conta
em depoimento que "era a coisa mais fácil roubar o SAS". Com parte do
dinheiro desviado, Paulo Oliveira montou uma empresa de informática.

O major Marinho, ao relatar o IPM, solicitou o indiciamento dos envolvidos
pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, estelionato e sonegação
fiscal. Pediu também a devida indisponibilidade dos bens de todos os
envolvidos. Também há indícios de que ex-diretores, entre eles o coronel PM
Raimundo Maia Filho, atual presidente da Associação dos Policiais e
Bombeiros Militares do Ex-Território Federal de Roraima, e o tenente-coronel
PM Pedro Paulo Kokay Barroncas, secretário-adjunto-chefe do Gabinete Militar
do Governo de Roraima tenham sido no mínimo omissos, uma vez que o
descalabro ocorreu em parte nas suas gestões..

Operação "abafa"
Na folha 70 do Inquérito, o major PM Nelson de Deus Silva, atual
diretor-presidente do SAS/PM, declara que o tenente-coronel PM Kokay tentou
abafar o caso. Consta como peças do IPM que o major PM Marinho solicitou
através de ofício ao procurador da República Rômulo Moreira Conrado que
instaurasse procedimento para investigar os desvios das verbas federais. Com
relação aos recursos próprios do SAS/PM e verbas oriundas dos cofres do
Estado para a conta da Polícia Militar, Marinho solicitou ao Tribunal de
Contas do Estado (TCE) que instaure auditoria.

Para dar maior legitimidade ao IPM, o major PM Marinho solicitou ao
procurador de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), procurador Edson
Damas, a designação de um promotor para acompanhar as investigações, tendo
sido designado o promotor Ademir Teles Menezes, conforme ato publicado no
Diário do Poder Judiciário (DPJ).

Marinho fez constar nos autos que sofrera ameaças de morte ao longo das
investigações. Durante esse período, viu-se respondendo a sete PADs
(procedimento administrativo disciplinar) instaurados na Corregedoria Geral
da PMRR, como forma de intimidação pela profundidade das investigações.
Consta também que o atual secretário-chefe de Gabinete Militar do Governo de
Roraima, coronel PM Edson Prola, o comandante-geral da PM, coronel Uzi
Pereira Brisola (antes de assumir o cargo) e o secretário-adjunto do
Gabinete Militar, tenente-coronel PM Kokay, chegaram a procurar nos
primeiros meses de investigação o procurador de Justiça (MPE), Edson Damas,
para que este fizesse gestões no sentido de que Marinho fosse afastado da
presidência do IPM.

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