- 05 de novembro de 2024
Brasília - Alguém consegue imaginar a imprensa amazonense não dando uma linha sequer sobre alguma traquinagem de algum dos seus três senadores, Gilberto Mestrinho, Jerffeson Péres ou Arthur Virgílio flagrada pela grande imprensa?
Alguém consegue imaginar a Folha de S. Paulo ou o Estadão mudos, diante de uma matéria em que um de seus senadores (Eduardo Suplicy, Aloísio Mercadante ou Romeu Tuma) têm os seus nomes envoltos com falsificação de documentos públicos divulgados por uma revista como a Época?
De certo, é quase impossível crer que jornais, rádios e TVs se calem diante de casos escabrosos, de suspeitíssimos atos de corrupção e improbidades envolvendo senadores da República, representantes dos estados na alta corte do Congresso.
Mas isso acontece em Roraima. E olha que não é a primeira vez a Folha de B. Vista - o jornal necessário -, o BrasilNorte, e as rádios Tropical e Equatorial, que pregam a notícia como formação de uma sociedade melhor, fingem que os rolos e traquinagens que envolvem o senador Romero Jucá, são coisas de outra galáxia. Que ele, como representante do estado, não deve nenhuma explicação sobre a folha corrida que responde.
Essa imprensa, domesticada e conivente, é que mais colabora com a pecha de um estado e de uma sociedade corrupta, ávida por esquemas e negociatas que Roraima carrega. É essa imagem que jornalistas, servidores público e a opinião pública do resto do país têm de Roraima.
Aqui em Brasília, em Manaus, Belém, Porto Alegre e outras cidades, Romero Jucá, Teresa Jucá, Ottomar Pinto, Neudo Campos, Flamarion Portela, os deputados gafanhoteiros e até instituições que constitucionalmente foram criadas para defesa do patrimônio público e bem estar social roraimenses, são tudo farinha do mesmo saco. Repito: Tudo farinha do mesmo saco.
Daí, se Roraima tivesse uma imprensa que ao invés de virar a face para as verdades sobre políticos traquinas, ajudasse a informar sobre quem é quem nesse tabuleiro, cumprindo o simples papel de cidadania em separar o joio do trigo, viveriam melhor crianças, jovens e adultos dentro de uma sociedade onde desvio de dinheiro para saúde, segurança e educação não seriam usados para comprar mansões, carros importados e bancar campanhas eleitorais. A imprensa existe para denunciar isso e não fazer vistas grossas disso
Se volta e meia, a Veja, a Época, a IstoÉ, a Folha de S. Paulo, O Globo, o Correio Braziliense, O Estado de S. Paulo publicam as traquinagens de políticos de Roraima e a imprensa local nada, fica clara e cristalina essa cumplicidade que jornais, rádios e TVs daí têm com laços político-partidários e o pior, com laços de sociedade em negócios vergonhosos bancados com dinheiro público, com interesses vis e escamoteação de conveniências.
A imprensa roraimense é assim cheia de conveniências, menos com a informação como meio de formação de uma sociedade independente, inteligente e preparada.