- 05 de novembro de 2024
A necessidade de união dos parlamentares e governadores da Amazônia para reivindicar mais atenção do governo federal na resolução dos problemas locais foi defendida unanimemente na abertura da terceira Etapa do Fórum Amazônico, realizado em Boa Vista, nesta sexta-feira, 9, pelos participantes do evento. O deputado Airton Cascavel (PPS), presidente do Parlamento Amazônico, disse ser preciso deixar as vaidades regionais de lado e se articular em bloco para pressionar o governo e exigir dele a participação dos Estados amazônicos na formulação de políticas públicas voltadas para a região.
Críticas à forma como o governo Lula tem tratado as questões cruciais da Amazônia, como a ambiental e a fundiária, por exemplo, deram a tônica das discussões. O deputado Mecias de Jesus (PL), presidente da Assembléia Legislativa de Roraima, criticou a ausência de representantes do governo federal no Fórum. Disse ser uma covardia para com o povo amazônida a falta de coragem dos ministros em virem a Roraima debater os problemas que afligem a sua população. A questão fundiária local é tida pelos governantes roraimenses como a raiz de todos dos problemas dos estados da região.
Airton Cascavel lembrou que o Parlamento Amazônico é a entidade que tem a responsabilidade de provocar e articular as discussões sobre temas de interesse regional e estabelecer uma pauta em comum para fazer frente ao flagrante desinteresse do governo federal para com a região. "Mas, para isso, temos que acabar com as vaidades. O Parlamento é uma instância que funciona em colegiado, sem liderança, para evitar os conflitos decorrentes das vaidades regionais. Afinal, a Amazônia é uma região cheia de vaidades", frisou, destacando que cada estado tem a sua peculiaridade que precisa ser respeitada.
Ainda sobre a ingerência de Brasília sobre a região, Airton Cascavel disse não ser aceitável que o Congresso Nacional analise a cada cinco anos a prorrogação da Zona Franca de Manaus e do Pólo Industrial de Manaus. "Não tem mais o que discutir, a Zona Franca tem que ser permanente", afirmou. "Nós somos nove estados que temos 27 senadores, um terço do Senado. Então temos que discutir com profundidade todos os problemas da região e exigir do governo solução para os nossos problemas", pregou.
Essa foi a mesma linha de raciocínio do deputado federal Luciano de Castro, que sugeriu ao deputado Cascavel a ampliação dos assentos no Parlamento Amazônico, com a presença dos governadores de todos os estados, dos deputados federais e senadores, dos prefeitos e vereadores. "Temos que usar o nosso poder político para pressionar o governo, pois já sentamos para conversar por várias vezes e barramos na insensibilidade do governo", afirmou.