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MISTIFICAÇÃO E REAÇÃO - Márcio Accioly

Dom Luiz Inácio, primeiro e único, nosso amável beberrão, anda dizendo pelos quatro cantos do país que a cassação de Zé Dirceu foi política, claramente injusta e que nada se provou contra ele. A colocação de sua excelência busca apenas confundir alhos com bugalhos e embaralhar os fatos.


Brasília - O presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP), primeiro e único, nosso amável beberrão, anda dizendo pelos quatro cantos do país que a cassação de Zé Dirceu (PT-SP) foi política, claramente injusta e que nada se provou contra ele. A colocação de sua excelência busca apenas confundir alhos com bugalhos e embaralhar os fatos.

Ora, se nada foi provado contra Zé Dirceu, se foi ato meramente político e injusto (a cassação), por que o presidente o demitiu da Casa Civil, depois de o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) o apontar como chefe do mensalão? Deveria agora, quando se diz consciente de sua inocência, readmiti-lo e pôr fim às acusações. Nada o impede.

Afirmar que não existem provas é colocação não muito edificante para o mais alto mandatário. O que mais existe dentro da CPI dos Bingos (que sua excelência impediu o quanto pôde com a prestimosa ajuda do senador José Sarney PMDB-AP), é prova. Elas revelam partido político (o PT) na prática de vergonhosos assaltos aos cofres públicos.

Assaltos que beneficiam figuras de variados graus, dentro de nossa desmoralizada República. Até mesmo o filho do presidente, Fábio Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se bem sucedido empresário, no aporte de cinco milhões de reais efetuados pela Telemar numa produtora de sua propriedade. O capital da empresa era de míseros dez mil reais.

O painel da Folha de S. Paulo (dia 05), dizia que os petistas estão agora empenhados em impedir que a CPI dos Bingos investigue a Petrobras. O ex-presidente da empresa, ex-senador José Eduardo Dutra (PT-SE) recebeu ordens para sumir.

Segundo o painel, "a nova direção da Petrobras já convive com ameaças de empresários que dizem ter negociado licitações e contratos com Delúbio Soares e Sílvio Pereira". De maneira que é esse o cenário no qual o presidente não enxerga provas, garantindo que tudo não passa de "antecipação da campanha presidencial".

Não se deve ser injusto e afirmar que toda essa roubalheira começou na gestão Dom Luiz Inácio. Não! Ela vem de longe. A frustração atual diz respeito à decepção com uma legenda que se propunha, justamente, a acabar com isso. O PT, como vai sendo constatado, aprofundou os desvios e promove, ainda por cima, o aparelhamento do Estado.

Esse aparelhamento é efetuado através da nomeação de pessoas desqualificadas, (intelectual e moralmente), submissas à máquina partidária e que atuam com diretivo patrimonialista. Quer dizer: assumem funções como se o Estado lhes pertencesse. Baseados nisso, oprimem, perseguem, ameaçam e demitem. E que se dane a eficiência!

Como as instituições são fracas (cada qual imprime sua maneira própria de agir), o país fica à deriva e não existe referencial. Ninguém cobra nada de ninguém e a falta de responsabilidade se converte em tônica geral. Todos se lembram de nosso amável beberrão prometendo "o espetáculo do crescimento" e outras baboseiras.

Na realidade, o que se está presenciando é o encolhimento do PIB (Produto Interno Bruto), a redução do poder aquisitivo salarial e o aumento da miséria. Se houvesse preocupação justa com a questão social, não estaria se roubando tanto! Porque os esquemas continuam sendo armados, agora com olhos postos nas eleições do próximo ano.

Daí, a responsabilidade dos chamados setores de classe média que devem atuar de forma decisiva na tentativa de reverter dantesco quadro. Na Internet, circulam mensagens em que se defende não votar em quem detém mandato eletivo. Não é preciso que se chegue a tal radicalismo (nem todos estão envolvidos), mas já dá boa idéia do que virá por aí.

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