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EDUCAÇÃO - Cresce número de crianças que estudam longe de casa

Maria Julia, assim como centenas de crianças, estuda em escolas distantes de suas residências, não por falta de vagas em seus bairros, mas pela ilusão alimentada pela maioria dos pais, que o ensino nas escolas do centro, é melhor que as de seus bairros.


Por Daniella Assunção

 

Todos os dias, Maria Julia*, nome fictício para preservar sua identidade, 12 anos, segue a mesma rotina quando está no período letivo. Acorda às 5 horas, toma banho, depois o seu café e corre até o ponto de ônibus pra ir à escola, que muitas vezes ainda está deserto.

 

"Tenho que está na parada até as 6 horas, se eu me atraso, cinco minutos, perco o ônibus, o outro só passa quarenta minutos depois", disse ofegante.

  

Maria Julia, assim como centenas de crianças, estuda em escolas distantes de suas residências, não por falta de vagas em seus bairros, mas pela ilusão alimentada pela maioria dos pais, que o ensino nas escolas do centro, é melhor que as de seus bairros.

 

A autônoma Elizabeth Xavier, mãe de Maria Julia, que também teve o nome mudado, conta que conseguiu a vaga para a filha há três anos, após ter procurado o Ministério Público e o Juizado da Infância.

 

"Eu quero que minha filha tenha uma vida melhor, que meus pais puderam me dar, então achei procurar uma escola do centro, onde o ensino é melhor" afirmou.

 

A diretora do Departamento Estadual de Ensino, Ana Célia de Oliveira, discorda, para ela, não há diferença entre escola A, B ou C, o ensino é o mesmo.

 

"A educação não trabalha com essa vertente, não há discriminação, a única diferença que existe entre escolas do centro e a dos bairros distantes, está na ausência dos da maioria dos pais na vida escolar do aluno, muito comum em escolas da periferia," afirma.

 

A diretora lembra que é dever do Ministério Público, garantir o atendimento da vaga no mesmo bairro onde a criança reside, ou então, na escola mais próxima. Ana acrescenta ainda que a Educação está aberta a uma parceria com o Ministério Público para juntos, l uma política de atendimento ao educando em prol de um ensino de qualidade.

E no ano que vem?

Começo de ano letivo na rede pública costuma ser uma confusão: falta de vagas, alunos matriculados longe de casa, superlotação, falta de carteiras e de professores, aulas vagas. Quanto a isso, Ana Célia tranqüiliza a população.

"Nós criamos um sistema de matrícula totalmente informatizado, onde a disponibilidade de vagas em determinadas escolas e adjacência, apareça em tempo real".

Outra novidade da Secretaria de Educação é a assessoria Pedagógica e Administrativa, que antes se localizava na sede, agora funcionará em uma "escola Pólo", uma espécie de sucursal da SECD, composta de um coordenador Administrativo e Pedagógico, para atender as necessidades de outras 12 unidades escolares.

"É uma forma de descentralizar. Não como o secretário ou o Departamento de Ensino saber em tempo real, os problemas enfrentados pelas 89 escolas da capital, mas as do interior e indígena. Nós investiremos pesado na capitação e lotação dos professores, fortalecimento da rede física das escolas, e no assessoramento administrativo e pedagógico" enfatizou.

 

 

 

 

 

 

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