- 06 de novembro de 2024
SÃO LUÍS e ALEXÂNIA (GO). O juiz José Figueiredo dos Anjos, da 2 Vara Criminal de São Luís, informou ontem que mais um padre maranhense está sendo investigado sob a suspeita de pedofilia. Ao interrogar ontem o padre Félix Carreiro, que está preso há um mês por ter sido flagrado num motel com quatro rapazes, o juiz leu o depoimento de um menor dizendo que foi levado para um motel pelo padre X., da mesma paróquia de São Pantaleão, na capital.
No depoimento, o menor diz que estava esperando o padre Félix para um encontro quando passou de carro um homem que o convidou para uma volta, levou-o para o motel e fez sexo oral com ele. Dias depois, o garoto encontrou o homem conversando na igreja com padre Félix e perguntou quem era. Félix disse que era o padre X.
A polícia investiga a denúncia do rapaz e vai ouvir mais dois garotos que supostamente também teriam tido relações sexuais com o padre X. Padre Félix negou que o colega tenha envolvimento com pedofilia.
Em seu depoimento, ontem, o padre apresentou nova versão para seus encontros com garotos em motéis. Alegou que no primeiro depoimento (quando admitiu relações sexuais com menores) estava bêbado e sob efeito de remédios. E disse que não fazia sexo com os garotos e que se encontrava com eles apenas para conversar, por serem meninos carentes.
- Eu cumpria uma missão apostólica - alegou, dizendo também que ia ao motel preparar aulas de filosofia, pois é professor do Colégio Estadual Gonçalves Dias. Disse ainda que os garotos ameaçavam mandar cartas ao bispo revelando sua homossexualidade.
Outro padre é investigado por quatro denúncias
Em Alexânia (GO), o padre Edson Alves dos Santos, de 64 anos, denunciado pelo Ministério Público por abuso sexual, pode ter de responder por mais três denúncias de pedofilia. Foi o que indicaram testemunhas ouvidas ontem no processo em que o religioso é investigado por atentado violento ao pudor contra um menino de 11 anos.
Além do garoto, três das oito testemunhas arroladas pela acusação se apresentaram como vítimas de assédio por parte do padre. O crime mais antigo teria ocorrido há mais de 17 anos. As quatro vítimas, todas ex-coroinhas, foram ouvidas a portas fechadas e deram detalhes sobre as atitudes do padre. O Ministério Público entende que já existem indícios suficientes para pedir sua condenação.