- 06 de novembro de 2024
Quem for ao dicionário eletrônico Houaiss, procurar o verbete "desfaçatez", será remetido à sua sinonímia, "descaramento". Segundo o mesmo dicionário, esse substantivo masculino significa: 1. falta de vergonha, de pejo; descaração, descaro, desfaçatez 2. ato, modos ou dito próprio de indivíduo descarado.
Pois não foi outro o comportamento do PT de Roraima, no seu desmoralizado (no sentido de perda do senso moral) programa levado ao ar na última segunda-feira (21).
Ali, num desfile de parlapatices dignas de picadeiro de quinta categoria (ou audiência débil mental), os integrantes de sigla nacionalmente dirigida por falsários e larápios do dinheiro público (suspeitos de envolvimento em crimes de morte), acharam por bem falar de corda na casa de enforcado. Atitude das mais indignas. Só vendo para crer!
O presidente regional do partido, deputado Titonho Beserra (que pelo nome parlamentar não se perca), efetuou uma série de denúncias com relação à atual administração estadual, tal qual paladino dos bons costumes. Quem diria!
Esqueceu-se, sua excelência, que circulava há até bem pouco entre os corredores fétidos de gestão ilegítima, cujo desfecho foi a destituição pura e simples pelo Tribunal Superior Eleitoral - TSE. O parlamentar, arremedo caricatural de um Joseph Goebbels (1897-1945) malsucedido, acredita que um raio é capaz de cair duas vezes no mesmo lugar.
O mais preocupante é verificar que o PT de Roraima tenta transmitir a idéia de que não tem nada, absolutamente nada a ver com o caos que no estado havia se estabelecido. Age como se tivesse descido das nuvens na semana passada, oriundo de nave espacial, trazendo fórmulas e medidas para todos os problemas e tamanho.
Alguém precisa avisar ao deputado Titonho Beserra que o problema é mais em cima. Ele começa no Palácio do Planalto, ora ocupado por figurante não habilitado, ramifica-se na falta de vergonha de figuras que mentem sem nenhum pudor, e explode na ponta da rama: nos bairros populosos e miseráveis de seres esquecidos. A coisa é grave.
Na gestão Flamarion Portela (2003-04), quando o ilustre deputado andava de mãos dadas com sua então excelência pelas largas avenidas de Brasília, era recebido no Planalto com toda pompa. Seu pequeno reinado. Atendido festivamente por Delúbio Soares e todos os demais integrantes dessa quadrilha que agora se denuncia publicamente.
Filiaram até mesmo o então governador no PT, mas ele foi logo convidado a sair de forma desonrosa, logo por quem? Pelo então presidente nacional da legenda, José Genoíno (SP). O mesmo Genoíno que, conhecido como "mariposa" no salão verde da Câmara dos Deputados (não podia ver uma luz de televisão que corria para cima), caiu em desgraça.
Foi Genoíno (acusado de delação na Guerrilha do Araguaia), quem disse ter assinado empréstimos milionários para o PT, "sem olhar o que estava assinando". E, de maneira semelhante a seu chefe, Dom Luiz Inácio (PT), nada sabia também quando o assessor de seu irmão deputado foi preso com cem mil dólares na cueca em São Paulo.
Ora, legenda com histórico dessa natureza, não tem força moral para estar cobrando nada de quem quer que seja. Seja lá o que for. Com tanta gente envolvida (se fosse num país sério), correria o risco de ter a maioria dos seus dirigentes batendo boca dentro dos muros de alguma prisão. Trata-se de uma quadrilha e não de uma agremiação política.
Melhor faria o deputado Titonho Beserra se fosse a Brasília cobrar satisfação de seus correligionários. Ou faz isso, ou enfia a sua desafinada viola no saco!
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