- 06 de novembro de 2024
Roraima é hoje um estado do faz de contas. O governo e a prefeitura municipal de Boa Vista lançam institucionais caríssimos na mídia, tentando fazer crer que tudo está às mil maravilhas. Ledo engano. O desemprego cresce a olhos vistos. Os bolsões de miséria se proliferam periferia afora...
O brigadeiro Ottomar Pinto acaba de fechar o primeiro ano à frente do governo, sem que os gargalos que afligiam a população tenham sido eliminados. A saúde continua na UTI. O atendimento às classes necessitadas, continua precário.
A Educação sofre revezes os mais duros. Não é à toa que nesses 12 meses aquela Pasta tenha navegado ao sabor de três dirigentes. Um secretário para cada quatro meses. A obra-prima, a decisão - não realizada, felizmente - de se fechar 171 escolas públicas.
No interior, estradas sem condições de tráfego. Sobram reclamações de produtores que não têm como escoar a produção. Institucionais em TVs e outdoors mostram uma gama de obras platônicas. Existem apenas no campo das idéias. Muito pouco ou quase nada efetivamente realizado.
Em se falando de propaganda, o governo destinou no Orçamento 2005, aprovado no ano passado, nada menos que R$ 1,6 milhão. A peça orçamentária para o próximo ano, em análise na Assembléia Legislativa, prevê recursos da ordem de R$ 2,2 milhões. Tudo para ser torrado em propaganda.
É claro que há a necessidade do governo prestar contas à população do que está fazendo. Mas descambar para propaganda pessoal, sem conteúdo, pondo em xeque a credibilidade do governo, é algo no mínimo digno de punição.
O mesmo ocorre com a Prefeitura de Boa Vista. Institucionais paridos em suas entranhas querem fazer crer que realmente está sendo executado um projeto auspicioso. 278 quilômetros de asfalto na Capital, um total de 630 ruas beneficiadas de 2001 a 2005 seria ótimo, caso fosse verdade. Contra esses números, taxistas e motoristas em geral. Reclamam de carros quebrados em função das ruas esburacadas e malcuidadas.
O transporte público é outro câncer. A mudança do terminal rodoviário para o bairro Caimbé tem sido alvo de repetidas reclamações. O número de ônibus, parece, encolheu, provocando demora dobrada nas paradas. Os postos de saúde municipais são retrato do caos. Funcionam precariamente. Sequer dispõem de medicamentos.
Só falta mesmo os governantes locais criarem o sugestivo slogan "Um estado de tolos", parodiando o governo federal - "Um país de todos". Peças publicitárias chamam-nos todos de idiotas, cegos ou, no mínimo, alienados. A resposta será dada no ano que vem.