- 06 de novembro de 2024
Brasília - Colega da assessoria de imprensa da Prefeitura de Boa Vista me perguntou por que o Fontebrasil pegava tanto no pé da prefeita Teresa e do senador Romero Jucá. Esqueceu ela que o site também já "pegou" no pé de Flamarion Portela, na falta de rumo e nepotismo do governo Ottomar Pinto, nos gafanhotos e gafanhoteiros, na lentidão e complacência do Ministério Público e da Justiça, e em outros pés.
Na realidade, o Fontebrasil não pega no pé de ninguém. Noticia e emite opiniões sobre fatos. Convida o leitor a refletir sobre a informação veiculada, sobre o que está acontecendo e que pode ser relevante para a sociedade.
No caso do casal Jucá o site apenas expõe fatos. Não se inventa nada. Ocorre que, quando o assunto não lhes é favorável, Teresa e Romero simplesmente ignoram responder, esclarecer acusações e denúncias graves de crimes contra o erário público. Ambos não admitem isso. Acostumaram-se com uma imprensa que está sempre à disposição, domesticada, oferecendo cumplicidade.
Porém, fora de Roraima, sob a luz da grande imprensa, Romero e Teresa desfrutam de tratamento que todo político recheado de denúncias de desvio de dinheiro público recebe. Aqui em Brasília, eles se rebolam para responder o que a imprensa roraimense faz questão de não questionar.
É isso que o Fontebrasil faz: Questiona. O site nunca disse que Teresa e Romero são ladrões. Que são bandidos. O que fazemos é noticiar, comentar e questionar fatos, por exemplo, de como se originou a TV Caburaí; as investigações da Receita e do TCU que apontaram desvio de dinheiro público da Fundação Roraima; a compra e venda do mesmo imóvel realizada duas vezes, no mesmo dia entre as filhas e o próprio casal Jucá; a origem dos depósitos de R$ 236 mil que Teresa fez para a conta da empresa de Rodriguinho Jucá; as fazendas fantasmas no Amazonas que Romero apresentou como garantia ao Basa no rolo do Frangonorte, e outras questões que a imprensa macuxi não questionou, não discutiu embora tais assuntos ainda façam parte de rodas de conversas em restaurantes, em escritórios, em gabinetes e demais assessorias públicas.
Romero e Teresa simplesmente ignoram as denúncias, investigações e condenações graves que sofrem, como se nada disso existisse. Nada respondem. Nada esclarecem. E isso não é de hoje (ver texto abaixo).
Mas, o papel da imprensa não é questionar? Há alguma pergunta sobre corrupção e assalto aos cofres públicos que não pode ser feita a um político? Isso é pegar no pé?
PERVERSO
Agora, quanto à minha opinião - que não influi em nada -, Romero Jucá é o político mais perverso que Roraima já produziu. Por ser oposição aos governos que passaram pelo Hélio Campos, ele foi implacável em atrapalhar a liberação de recursos para obras no estado. A BR-174 poderia ter sido toda asfaltada pelo menos um ano e meio antes; a ponte de Caracaraí atrasou também mais de um ano. Essas duas obras sofreram interferência de Jucá. Estão lá nos anais das comissões de Economia, Relações Exteriores do Senado seus pedidos de vista, suas denúncias vãs, seus protestos contra a liberação do dinheiro.
Como líder dos governos FHC e Lula, Romero não intercedeu pela transferência das terras do estado. Isso porque cabe ao estado realizar a titulação das áreas, assim sendo, o feito seria visto como ação de governo e não de um senador.
Onde estavam Romero e Teresa quando Lula homologou a Raposa/Serra do Sol, e toda a sociedade protestava contra o ato?
Em nome do seu projeto político, Romero Jucá dificultou o que pôde as administrações do estado. Acabou atrasando o desenvolvimento de Roraima. Poderia ter sido menos perverso com povo que o elegeu.
Abaixo, texto assinado pelo jornalista Humberto Silva, cobrando justificativas para os rolos de Romero Jucá.