- 06 de novembro de 2024
Edersen Lima, Editor
Brasília - A tirar pela analise e decisão de mandar prender autoridades, políticos e quem mais estivesse envolvido nas operações Praga do Egito, Faraó e Pretorium, a Justiça Federal em Roraima é exemplo do que se pode chamar de ágil e implacável, certo?
Não. Errado.
Talvez pelo acúmulo de trabalho, a Justiça Federal em Roraima tem sido incapaz de analisar, julgar e cumprir sentenças do Tribunal de Contas da União. O rolo da dragagem do rio Branco passou mais de 15 anos andando devagarzinho pelos corredores da Justiça Federal em Roraima - mesmo depois que ela foi criada - até que a decisão do crime contra o erário público (US$ 10 milhões de dólares) ocorrido há quase 20 anos fosse decidido e seu principal acusado, condenado. Mais de 15 anos.
Noutra condenação do TCU, a Justiça Federal em Roraima levou mais de quatro anos para entender que o processo 2001.42.00.001588-6, publicada no dia 8 de março de 2001, que condenou a prefeita Teresa Jucá por desvio de dinheiro público na construção do Hospital Santo Antônio, a devolver mais de R$ 500 mil aos cofres públicos, tinha que ser analisado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, aqui em Brasília. O processo também passou pelas mãos do juiz Hélder Girão Barreto, que mandou pra cadeia autoridades, ex-governador, ex-prefeito de Boa Vista, ex-deputado e ex-secretários.
Contra o juiz pesam acusações de parcialidade e perseguição contra suspeitos presos pela Praga do Egito, como o ex-governador Neudo Campos, adversário político do senador Romero Jucá, que, de acordo com a edição do dia 2 de junho de 2000, do jornal BrasilNorte (ver reportagem abaixo), usou como prova judicial o contra-cheque de Hélder Girão Barreto, autorizado pelo próprio, numa ação contra o reajuste salarial dos desembargadores do TJ-RR.
O Fontebrasil procurou ouvir juiz Hélder, porém, segundo sua assessoria, ele decidiu, não dar por tempo indeterminado, entrevistas sobre qualquer assunto.
No TRF, o desembargador federal Ítalo Fioranti Sabo Mendes, já mandou devolver o processo da condenação de Teresa Jucá para que a Justiça Federal em Roraima enfim cumpra o que determina a lei. Nesses quatro anos, tudo quanto foi pedido e protelado pelos advogados da prefeita com relação a esse processo teve vez. Não se sabe o que mais ainda tem o que ser alegado para se cumprir o que o TCU decidiu em 2001.
No mais, nesses quatro anos, mesmo condenada por desvio de dinheiro público, Teresa Jucá disputou e venceu a eleição de 2004 e vai concorrer privilegiada no próximo ano para o Senado, numa boa.
Veja abaixo matéria publicada no Jornal Brasil Norte do dia 02 de Junho de 2005