- 06 de novembro de 2024
Continua ecoando e rebimbando, através de ouvidos moucos (muitos) e alguns bem abertos (poucos), a entrevista concedida na última segunda-feira (07) ao programa Roda Viva, por sua excelência o presidente da República, Dom Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), primeiro e único.
São incontáveis os que já não suportam a conversa mais do que fiada do nosso mais alto mandatário beberrão. Ele não sabe de nada, não vê nada e não assume coisa alguma. Fala como se vítima de farsa fosse, como se não estivéssemos no centro de crise interminável e sem precedentes, a qual parece arrastar tudo e todos.
Mas de quem é, afinal, a culpa por tudo que ora acontece? Dos esquemas de marketing e de parcela considerável de jornalistas. Que insistiam em louvar sua excelência como a um deus. Fecharam os olhos a denúncias claras e concretas que tomam forma desde que o PT passou a controlar inúmeras prefeituras, notadamente em cidades paulistas.
Prova disso é o escândalo acontecido em São José dos Campos, interior de São Paulo, à época em que a hoje deputada federal Ângela Guadagnim (PT) comandava a prefeitura. Ele (o escândalo) foi exposto em todos os seus detalhes por um dos fundadores da legenda, Paulo Venceslau. Por conta da exposição, viu-se expulso da legenda.
Naquela ocasião, o hoje presidente da República, contrariando o promotor Hélio Bicudo (que se tornaria vice-prefeito de São Paulo, na gestão Marta Suplicy), cuidou de abafar como pôde e o caso ficou esquecido. Bicudo, por sinal, pessoa das mais íntegras, caiu fora do partido ao ver o tamanho da encrenca ora armada.
Ângela Guadagnim, na Câmara dos deputados, tornou-se a maior defensora do deputado federal Zé Dirceu (PT), a única a votar em seu favor na Comissão de Constituição e Justiça. As denúncias com relação a desvios nas prefeituras paulistas foram sempre, de forma conveniente, omitidas pela imprensa embevecida. O PT nadava no lixo.
E o que dizer de outros escândalos, em especial os que envolviam o principal amigo do presidente, "compadre Teixeira", beneficiário de grandes negociatas mal explicadas, nas mesmas administrações municipais?
Sempre se entendeu que os grupos identificados como de esquerda fossem os únicos detentores de moral ilibada e capazes de atos benevolentes. O PC do B, que seguia a linha dura da velha Albânia, passou incólume quando mais de uma mil e 500 pessoas morreram nas ruas daquele país, na crise de 1997 que levou à abertura política.
Sem contar imagens mundialmente divulgadas, mostrando milhares de pessoas pulando em cima de navios ancorados nos portos do Mar Adriático, tentando escapar da fome e da miséria que o regime autoritário escondia. Regime que os comunistas tupiniquins avidamente defendiam.
A esse respeito, nunca se ouviu uma palavra sequer do hoje presidente da Câmara, ilustre deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP).
O que se pergunta hoje é como foi possível eleger tal cidadão, Dom Luiz Inácio, sem qualquer preparo (apesar de muito inteligente, é verdade) e sem a menor qualificação para funções não exercidas. A crise que nos assola vem de longe. Os ruídos antigos ainda são percebidos.
De forma que se chega à triste conclusão de que todos viram, mas optaram por não enxergar. E com a visível fragilidade das instituições, é só aguardar desmoronar.
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