- 06 de novembro de 2024
Brasília - O Estado de Roraima tem sido ao longo desses dezessete anos de sua existência, aquinhoado pela desfaçatez de políticos que não desejam o seu desenvolvimento, não querem que se transforme numa terra boa para se viver. Um estado novo, de pouca força política para as demandas de seus interesses em Brasília - onde os destinos da federação são definidos, infelizmente -, não pode se dar ao luxo de ter alguém que, por representação popular, trabalhe contra esse desenvolvimento tão almejado por todos os roraimenses.
Refiro-me da atuação desastrada para não acrescentar outro adjetivo do senador Romero Jucá. Homem de uma inegável capacidade política para transitar nos círculos políticos do Planalto, tem aproveitado essas oportunidades que surgem à sua frente para tratar das coisas que lhe convém, como forma de se manter na crista da onda; sem se importar em defender os interesses de Roraima; como se o mandato que recebeu fosse um favor do eleitor roraimense.
Romero Jucá foi vice-líder do governo FHC tão logo chegou ao Senado Federal, presidiu algumas das mais importantes comissões da Casa, foi relator de igual peso de projetos do governo sem que movesse uma palha em favor de Roraima. Durante o seu primeiro mandato de senador, o governo FHC iniciou os entendimentos para a demarcação da reserva Raposa/Serra do Sol, vindo a Boa Vista uma comissão chefiada pelo então ministro da Justiça Nelson Jobim. Nessa viagem ficou decidida a demarcação em área contínua, contra as aspirações de arrozeiros e fazendeiros e não índios.
E o que fez o senador Jucá para impedir essa decisão do governo? Não fez nada, e nada tem feito para tornar mais viável da vida dos roraimenses. Agora, não tendo conseguido ludibriar o governador Ottomar Pinto na sua tentativa de voltar a comandar Roraima ao seu estilo malfadado, se insurge contra os projetos do governo em Brasília. Tem feito tudo para torpedear a liberação de recursos financeiros para Roraima.
Esse a esse tipo de político que os roraimenses têm dado a sua representação no Senado Federal. Triste Roraima que não vê que esse tipo de parlamentar não serve aos seus interesses, ao seu desenvolvimento; não está à altura da grandeza de um povo que quer apenas se desenvolver, basta apenas que os políticos entendam a sua função e façam dela algo brioso em benefício da sociedade.
Mas esse não tem sido o caráter político do senador Romero Jucá. Para ele não interessa defender Roraima; a ele interessa fazer o jogo do "para nós tudo e o resto que bbbse lixe". Essa tem sido a atuação de Romero Jucá em Brasília. Se um projeto do Estado lhe interessar politicamente, lhe convier financeiramente, percorre com tranqüilidade os trâmites da burocracia de Brasília. Se não, não anda, é engavetado, é torpedeado por ele.
Quem sofre com essa prática nefanda do senhor Jucá é a população de Roraima. O Estado tem alguns recursos para serem liberados na área da Funasa, mas quem manda nesse órgão é o senhor Jucá. E como esses recursos podem ajudar politicamente o governo de Roraima, eles não têm sido liberados. Essa prática é um crime, um acinte contra os interesses de um povo bom, trabalhador, que não merece esse tipo de político.
Em 2006, Jucá tentará chegar ao poder. O que ele tem a mostrar aos eleitores de Roraima? As maracutaias do Basa? O desvio de equipamentos de tv? As madeiras autorizadas para corte em áreas indígenas? Os rolos da Conab? Não, esse não deve ser o político que Roraima precisa e deve eleger em 2006; nem ele e nem familiares seus. O eleitor roraimense não pode ser enganado outra vez pela verve de quem não tem interesse no seu desenvolvimento, pelas promessas vãs, enganosas.
Ensinando vencedores