- 06 de novembro de 2024
Brasília - Hoje, há exatos doze meses o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reparava um erro de justiça cometido pelo Tribunal Regional de Roraima (TRE/RR) à ação impetrada por Ottomar Pinto contra o então governador Flamarion Portela. Vitorioso nas urnas em 2004 mas de forma torpe, com atos ilícitos previstos na legislação eleitoral, Flamarion Portela teve o desfecho no TSE que pouca gente, até mesmo políticos ligados a Ottomar acreditavam que a justiça seria feita. O TSE não perdoou os crimes eleitorais de Portela e cassou-lhe o mandato. Fez justiça, enfim!
Desde que protocolou junto ao TRE/RR a ação pedindo a cassação do registro da candidatura de Flamarion Portela, ainda em meados de julho de 2002, Ottomar Pinto viveu um calvário só enfrentado por quem se predispõe a ser um vencedor qualquer que seja o rumo de sua vida. Ficou só, depois do segundo turno das eleições de 2002, pois poucos eram os amigos que de uma forma ou de outra acreditavam na Justiça dos homens, na justeza de sua ação junto ao STE.
O Fontebrasil acompanhou de perto essa tertúlia jurídica no TSE, e viu o quanto é verdadeira a premissa de que rei morto, rei posto. Aos olhos de seus opositores, Ottomar estava morte politicamente. Mas a sua fé no julgamento do TSE garantiu-lhe a restituição do mandato que a corrupção lhe tirou grotescamente. Nos vários julgamentos que o TSE fez para apreciar a ação de Ottomar Pinto contra Flamarion Portela, viu-se pelos corredores ou no plenário do tribunal poucos políticos de Roraima, quer com interesse pela vitória do então governador, ou pela vitória de Ottomar.
Sem contar a filha e a esposa, Marluce Pinto, Ottomar via-se cercado por poucos assessores, advogados e jornalistas. Os políticos com mandato cortejavam o donatário do poder em Roraima; para eles era mais fácil marcharem contra o postulante ao cargo, do que ser contra quem estava sentado na cadeira do Palácio Senador Hélio Campos. Perderam e sua visão política foi errada, não sendo errada a convergência de interesse que cada passou a ter com os métodos de governar de Ottomar. Hoje, estão todos juntos.
Faz-se necessário dizer que o ex-deputado Elton Rohnelt, os advogados Carlos Ney e João Felix, e os jornalistas Paulo Godoy e Márcio Acioly eram parte integrante desse pequeno grupo de amigos que acreditavam na Justiça que acabou sendo feita pelo TSE. O advogado Célio Silva, assessorado por um grupo de jovens advogados, jamais perdeu a postura de vitorioso, rechaçando com argumentos sólidos os recursos apresentados por Flamarion Portela a cada decisão do TSE favorável a Ottomar.
Hoje, Ottomar pode dizer aos quatro cantos de Roraima que o seu governo está sob controle, as finanças públicas mais ou menos arrumadas. E o que é importante, com um bom quinhão de reais economizado nesses doze meses de governo para por em prática o seu projeto de dotar Roraima de condições infra-estruturais para receber os investimentos privados que estão sendo alocados para a região. Não é um governo dos sonhos dos roraimenses, que durante o julgamento no TSE criaram expectativas acima da média, de que um novo governo viria para salvar Roraima do caos. Mas certamente é um governo com os pés no chão, rigoroso com os gastos públicos, e impiedoso com a corrupção.
Politicamente, Ottomar vai bem. Tem maioria na Assembléia Legislativa, fechou praticamente o grupo político que vai marchar com ele em 2006, na luta pela reeleição. As constantes mudanças de nomes na máquina administrativa são próprias do estilo político de governar do velho brigadeiro. E elas se verificam exatamente para dar ao processo político, por antecipação, de 2006 o colorido com a marca de Ottomar. Oxalá, esse processo não mude de rumo, e não surjam as invenções políticas que em tempos recentes só trouxeram dor de cabeça ao velho brigadeiro.
Felizes os homens que ainda acreditam na Justiça. Às duras penas, nela todos nós acreditamos sim.
Ensinando vencedores