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Polícia não aproveita técnicos do ISSec

Enquanto casos de violência e abuso de poder de agentes da Polícia Civil recheam os jornais, o ISSec, centro superior de formação de técnicos em segurança são descartados pelo estado.


Diante das crescentes denúncias de violência policial um fator que não tem
sido abordado é a preparação que os policiais receberam, em especial, civis.
No dia 19 de julho de 2004 policiais civis tomaram posse após terem sido
submetidos a um curso de formação para o exercício da atividade policial com
duração de aproximadamente quatro meses. Neste período receberam instruções
de profissionais da área de segurança, e de outros que pouco tinham
experiência no setor.
Atualmente, o Instituto Superior de Segurança e Cidadania (ISSeC) são
ministradas aulas para o curso com bacharelado em Segurança Pública, ou
seja, especialistas em Segurança. São três turmas no 6o semestre e uma no 5o
semestre, mas há quase um ano não foram abertas novas turmas e o vestibular
não é realizado, apesar do curso ter sido reconhecido pelo Ministério da
Educação (MEC).
Curioso é o fato dos bacharéis formados não estarem sendo
aproveitados pelo mercado. "Eles têm uma ótima grade curricular e poderiam
ser aproveitados pelos sistemas de segurança em seu quadro administrativo",
disse um profissional do setor. Das duas turmas formadas, muitos bachareis
são policiais civis, militares e bombeiros que poderiam ser colocados em
cargos estratégicos dentro de suas corporações. "Entretanto, por hierarquia,
no caso da Polícia Militar e Bombeiros, e por politicagem, no caso da
Polícia Civil, são deixados de lado", comentou.
Tais profissionais tiveram matérias de prevenção a criminalidade,
organização policial, "mas ficam em gabinetes, quando poderiam estar nas
ruas trabalhando na diminuição da criminalidade".
Para a deputada Suely Campos, a duração do curso de formação dos policiais
civis interferiu diretamente no profissional que está nas ruas. "O curto
período de treinamento dos policiais concursados é semelhante a capacitação
que receberam os que estiveram antes deles", disse. A parlamentar acredita
que uma formação mais longa contribuiria melhor para o policial. Outro fator
apontado pela deputada como determinante é a idade. A Lei 055, que rege a
Polícia Civil, originalmente trazia a idade mínima de 18 anos. Contudo, foi
modificada e aprovada com a idade mínima de 21 anos para que o policial
tomasse posse. "A Lei foi mal elaborada", comentou a deputada Suely Campos,
"pois o fator para formação intelectual do jovem é determinante".
Questionada a respeito do que pode ser feito para separar o joio do trigo, a
deputada disse que "existem meios possíveis para verificar a qualidade do
servidor público"

BOX
Amanhã o corregedor-geral de Polícia Civil, delegado José Maria Rodrigues
Neto, deverá se manifestar a respeito do Procedimento Administrativo
Disciplinar que quatro policiais civis respondem pelo envolvimento na morte
de um homem no balneário sacolejo, ocorrido há cerca de dois meses. O
relatório preliminar concluído pelo delegado Herbert Amorim indiciava apenas
um policial, mas todos poderão ser exonerados. Apenas este ano, três agentes
de policia foram exonerados do cargo. Todos eles foram submetidos ao curso
de formação no ISSeC.

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