- 07 de novembro de 2024
Demétrio Weber MANAUS. O governo do Amazonas e o Exército reclamam da falta de apoio financeiro para enfrentar a seca na Amazônia. Sem dinheiro, o Exército limita o uso de helicópteros e quer que as prefeituras transportem por terra parte das cestas básicas e dos remédios destinados à população isolada. Ontem o governo do estado recrutou policiais militares para montar cestas com as primeiras 17 toneladas de alimentos da ajuda federal que chegou a Manaus, O carregamento, suficiente para atender apenas uma cidade, deverá seguir hoje para Tabatinga (AM) em aviões da Força Aérea Brasileira. - Nosso orçamento em 2005 já foi curto. Estamos queimando reservas - diz o comandante militar da Amazônia, general Claudio Barbosa de Figueiredo. Segundo ele, cada hora de vôo de helicóptero custa cerca de US$ 5 mil. Mas mesmo no maior aparelho, o Cougar, só é possível carregar 70 cestas básicas, de 25 quilos cada. Em Manaquiri, a 70 quilômetros de Manaus, 43 povoados precisam ser atendidos. No estado inteiro, há 914 comunidades à margem de lagos e igarapés, onde a estiagem isolou a população ribeirinha. Por isso o Exército decidiu restringir vôos e estimular as prefeituras e a população a buscar alternativas, como transportar cestas e remédios a pé, de bicicleta ou em pequenos barcos, as chamadas rabetinhas. Embora evite falar publicamente, o governador Eduardo Braga (PMDB) está irritado com o governo federal. O estado destinou R$ 10 milhões para enfrentar a seca e considera insuficientes as 50 mil cestas básicas dadas pela União, além de R$ 1 milhão para custear os vôos do Exército. Segundo o diretor de Resposta a Desastres do Ministério da Integração Nacional, José Luiz D'Ávila Fernandes, os recursos federais chegarão a R$ 3 milhões, que seriam suficientes para o começo da operação. |