SENSO CRÍTICO - Efeito 'Odorico Paraguassú'

Semana passada a coluna publicou opinião de que para muita gente o governo Ottomar Pinto pode estar patinando, mas para o senador Romero Jucá, o governador está mais forte do que nunca. Caso isso não fosse verdade, Romero não tentaria tantas alianças como vem tentando. Até com Neudo Campos, adversário pontual seu, emissários do senador buscam um entendimento.

Embora não estivessem neste fim de semana em Belém participando do Círio de Nazaré, a rádio Equatorial e as TV Caburaí e Imperial seguiram religiosamente a pauta de especular sobre a saúde de Ottomar. Pauta essa que o amigo leitor que acompanha o dia-a-dia das notícias políticas não tem dúvida de quem as determinou, não é?

As especulações se deram por conta da ausência de Ottomar no enterro do irmão, Elcildon Pinto. Foi o suficiente para quase marcarem a missa de sétimo dia, não de Elcidon, mas de Ottomar. Coisa feia. Coisa sem nível. Coisa de papa defunto. Coisa que mostra bem como será a campanha eleitoral do ano que vem.

O ex-presidente da Fier, Carlos Coelho, ao saber de notícias na cidade como esses agouros trotantes, dizia: "Boa Vista é uma Sucupira", lembrando a cidade fictícia criada por Dias Gomes. Realmente, Coelho tem razão. Até um "Odorico Paraguassú", político doido para enterrar alguém o eleitorado roraimense já dispõe.

Ironias à parte, campanha eleitoral se faz - ou deveria se fazer - dentro de posições minimamente éticas. Criticar, apontar falhas e apresentar propostas dentro do campo impessoal. Tentar manipular a opinião pública com especulações maldosas sobre estado de saúde, sobre eminência da morte de alguém é inconcebível, além de muita burrice, pois é fácil separar o joio do trigo nesse caso. Acusador e acusado são figuras que andam em cima de linhas paralelas, um excesso a mais de um lado, e tudo vira a favor do outro.

Semana passada a coluna tinha opinião de que para Romero Jucá, Ottomar Pinto está mais vivo e forte do que nunca. A rádio Equatorial e as TVs Caburaí e Imperial confirmaram isso.

P.S: Na obra de Dias Gomes, o cemitério de Sucupira é inaugurado com o corpo de Odorico Paraguassú.