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PESOS E MEDIDAS EM ESCALA ÍMPAR - Márcio Accioly

Veja-se o caso da recente homologação da Reserva Indígena Raposa/Serra do Sol, impedindo o desenvolvimento de Roraima, na imposição de retrocesso considerável à sua atividade produtiva. Não se deu ouvidos a ninguém e a ninguém foi dado o direito de contra-argumentar. Consolidou-se a prática da democracia vertical.



Na última segunda-feira (03), o programa Roda Viva transmitiu entrevista gravada com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que deixou bem claras as diferenças básicas entre sua maneira de administrar e a do presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP).
Enquanto na Venezuela o foco das preocupações se situa na busca de romper submissão permanente aos ditames dos EUA, no Brasil tal submissão é vista como solução em si. Na perpetuação de modelo em que somente a elite entreguista se vê favorecida e beneficiada. Mesmo que isso leve à destruição total.
Veja-se o caso da recente homologação da Reserva Indígena Raposa/Serra do Sol, impedindo o desenvolvimento de Roraima, na imposição de retrocesso considerável à sua atividade produtiva. Não se deu ouvidos a ninguém e a ninguém foi dado o direito de contra-argumentar. Consolidou-se a prática da democracia vertical.
E são poucos os representantes federais a insistirem na revogação do ato criminoso, verdadeiro atentado à soberania nacional (o da Raposa/Serra do Sol), incluindo-se entre esses o deputado federal Chico Rodrigues (PFL) e o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB). Porque não adianta apenas gritar e depois deixar tudo como fato consumado.
Agora mesmo, a Rede Globo está mergulhada numa campanha em que pretende desarmar a população brasileira. Sob argumento falacioso de que a proibição da venda de armas de fogo irá reduzir os índices de criminalidade (nos países em que isso aconteceu, ela aumentou), deseja-se imobilizar a população para facilitar a ocupação do solo pátrio.
Isso acontece no instante em que os norte-americanos, cuja economia se encontra em visível decadência (açoitada por intempéries e perigoso esgotamento dos recursos naturais), dão início à montagem de base militar no vizinho Paraguai. O local é estratégico: sobre o aqüífero guarani que se estende pelos subsolos argentino, brasileiro e paraguaio.
Na Venezuela, Chávez faz ao contrário: está armando a população. Nada de pensar que os norte-americanos vão entrar ali de graça. Não irão carregar sem reação (como não estão conseguindo no Iraque) o chamado ouro negro daquele que é o quarto maior produtor do planeta.
No Brasil, o desgoverno FHC (1995-2003) entregou a Petrobras à sanha predatória de empresas multinacionais, abdicando do direito de se tornar auto-suficiente. Sua ex-excelência desnacionalizou a economia em cerca de 78%. E continua solto!
Consciente dos crimes imperdoáveis que praticou, no apagar das luzes de sua última gestão fez aprovar lei, no Congresso Nacional (de autoria do deputado federal Bonifácio de Andrada, PSDB-MG), determinando que autoridades e ex-autoridades somente podem ser julgadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Na Venezuela, o atual presidente procura reverter cenário de miséria elaborado e imposto pelo mesmo tipo de elite mesquinha que assola o torrão tupiniquim. Lutando contra máquina publicitária poderosa que o identifica como ditador e antidemocrata. Sem contar o golpe de abril de 2002, quando se tentou colocar Pedro Carmona na Presidência.
No Brasil, o presidente eleito para promover reformas radicais acumpliciou-se com ladrões e salafrários e permanece no comando sob o beneplácito dos que o investigam com objetivo meramente eleitoreiro. E ainda se diz publicamente que sua excelência não deve sair, pois a economia vai bem e qualquer mudança seria inaceitável.
A quadrilha que governa o nosso país está colocando o caldeirão em ebulição.
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