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Irmão de Celso Daniel confirma denúncias contra Zé Dirceu

O segundo irmão do prefeito assassinado de Santo André (SP) Celso Daniel a depor na CPI dos Bingos, Bruno Daniel, confirmou nesta quinta-feira as denúncias de que Gilberto Carvalho, atual chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, levava dinheiro desviado da prefeitura da cidade para José Dirceu, então presidente do PT.


FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O segundo irmão do prefeito assassinado de Santo André (SP) Celso Daniel a depor na CPI dos Bingos, Bruno Daniel, confirmou nesta quinta-feira as denúncias de que Gilberto Carvalho, atual chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, levava dinheiro desviado da prefeitura da cidade para José Dirceu, então presidente do PT.

As declarações referendam o depoimento prestado pelo outro irmão de Celso Daniel, João Francisco Daniel, à comissão. "O Gilberto Carvalho revelou que levava dinheiro arrecadado na prefeitura de Santo André e entregava ao José Dirceu. Ele [Celso Daniel] disse que chegou a repassar R$ 1,2 milhão e isso preocupou a família porque ele sempre carregava tudo sozinho, sem segurança", afirmou Bruno Daniel.

Lula Marques/Folha Imagem
Bruno Daniel em depoimento à CPI dos Bingos
Bruno Daniel em depoimento à CPI dos Bingos
"Há evidências de que havia na prefeitura de Santo André um esquema de arrecadação para o PT. O que possivelmente aconteceu é que parcelas desses recursos começaram a ser destinadas para outras finalidades, razão pela qual o Celso resolveu alterar a situação e esta pode ter sido a motivação do crime", acrescentou.

A oposição considerou que o depoimento de Bruno Daniel complica ainda mais a situação de Carvalho e o senador Jefferson Peres (PDT-AM) reafirmou a tese de que Lula deveria afastar o auxiliar durante as investigações. "O depoimento complica a situação do Gilberto Carvalho e indiretamente do presidente da República que, por cautela, deveria tê-lo afastado do cargo", declarou.

Diante da confirmação das acusações e com a negativa feita por Gilberto Carvalho à comissão, o relator Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse esperar a acareação entre os três para saber qual é a versão real da história. "Eu acho que só vamos saber o que aconteceu na acareação", disse.

Tião Viana (PT-AC), que afirma ter convicção da inocência de Gilberto Carvalho, adiantou que a acareação será a chance para que o assessor do presidente Lula garanta a veracidade de suas negativas. "É a chance que o Gilberto tem de mostrar sua inocência", argumentou.

A sessão para acarear os três --Gilberto Carvalho e os dois irmãos de Celso Daniel-- ainda não foi marcada, mas deve ocorrer no dia 18, uma semana após o feriado.

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