- 12 de novembro de 2024
Da Redação
Em São Paulo
O empresário Sebastião Buani, envolvido no caso do suposto "mensalinho", apresentou nesta quarta-feira o cheque que comprovaria propina paga a Severino Cavalcanti, presidente da Câmara. A sacadora do cheque seria Gabriela Martins, uma das secretárias do gabinete de Severino, e não um motorista do presidente da Câmara, como vinha sendo cogitado.
Buani exibe cheque com nome de secretária de Severino Cavalcanti
"Sempre disse que havia o pagamento do mensalinho feito em cheque, está aí a confirmação", disse Buani. O cheque, no valor de R$ 7.500, seria destinado ao pagamento de propina a Severino para prorrogar a concessão do restaurante da Câmara à rede Fiorella, de Buani. "O pagamento de R$ 7.500 era para completar o valor de R$ 10 mil que eu tinha de pagar".
O empresário colocou-se como vítima, e não participante do esquema. "Não foi propina. Eu fui extorquido", disse Buani. "Eu tenho argumentos, tenho a verdade. Se, com tudo isso, eu tiver de provar mais alguma coisa, eu vou achar que não dá para acreditar em mais nada no meu país", disse Buani, que passou a responder a perguntas dos jornalistas depois de mostrar o que seria a prova da propina.
Antes da apresentação do cheque, em entrevista coletiva à imprensa, o advogado de Buani, Sebastião Coelho, fez um apelo ao "empresariado brasileiro" e pediu doações para que Buani pudesse quitar as dívidas.
Buani afirmou que Severino, que freqüentava o restaurante, pressionava-o pelos pagamentos. Segundo o empresário, o deputado dizia, nas datas dos pagamentos acertados: "Não esquece que hoje temos nosso compromisso".
No final da entrevista, Buani brincou. "A musa do mensalinho não é mais minha esposa, mas a dona Gabriela".