- 12 de novembro de 2024
BOLA DA VEZ - Jucá planeja tirar Fontebrasil do ar com ajuda do presidente do Sindicato dos Jornalistas
EDERSEN LIMA, Editor
Brasília - Numa reunião realizada sábado,16, o senador Romero Jucá teria citado o nome deste editor como o que "falta ser rifado", a bola da vez. Ser "rifado" do meio de comunicação social de Roraima, a exemplo do que ocorreu com radialistas da Equatorial FM que criticavam a administração da prefeita Teresa Jucá.
Romero, além da TV Caburaí, e do apoio irrestrito dos jornais Folha de B. Vista e BrasilNorte, comanda agora a rádio Equatorial e a TV Imperial. Praticamente, detém 90% da imprensa macuxi.
O quê, como e quanto custou isso, a Receita Federal e o Ministério Público Federal, com certeza, gostariam muito de saber. O povo roraimense sabe.
Em qualquer sociedade, o controle da mídia é perigoso. Fica difícil, quase impossível separar o joio do trigo; o certo do errado; o ético do corrupto; o verdadeiro do mentiroso; o sincero do cínico; o honesto do ladrão.
O Fontebrasil é tido pelo grupo de Romero Jucá como seu opositor. Não é verdade. O Fontebrasil tem sido sim crítico e pertinente no que é fato seja com que "grupo" for. Não é porque repercutimos o que a imprensa nacional noticiou sobre o calote do Basa aplicado pelo Frangonorte quando Jucá e Getúlio Cruz eram sócios; a criação e controle da TV Caburaí feita sob incríveis suspeitas de desvio de equipamentos públicos pertencentes ao governo do ex-Território; as fazendas fantasmas usadas como garantias do empréstimo no Basa; os gafanhotos empregados na cooperativa da Prefeitura e o mais recente, os dois depósitos (R$ 236 mil) que Teresa transferiu de sua conta particular para contas de empresas de Rodriguinho Jucá e Álvaro Jucá, filho e irmão de Romero, que somos "oposição" a Jucá. Apenas repercutimos o que a imprensa roraimense não noticia.
Como a Folha de B. Vista e o BrasilNorte, por motivos claros evitam divulgar tais fatos, o Fontebrasil, noticiando-os, fica como o "opositor" e quem sabe mesmo, precisando ser "rifado", a bola da vez de uma sede insaciável de poder.
A liberdade de imprensa, o sentido da democracia, o direito à opinião e o direito das pessoas à informação não existem para o grupo Jucá quando o fato não lhe é favorável. É coisa de opositores. "É coisa do Fontebrasil", diz Romero Jucá.
Se Romero e Teresa ao invés de fugirem dos questionamentos aqui feitos, agissem como toda e qualquer pessoa que nada tem a temer, e esclarecessem as denúncias de tudo quanto é tipo de crime administrativo que lhe pesam sobre os ombros, a história seria outra. Não haveria dúvidas e desconfianças da sociedade sobre seus atos. Mas optam por não dar satisfações nem aos seus eleitores.
"TRABALHO"
Para o trabalho de "rifar" este Fontebrasil, o jornalista Humberto Silva, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Roraima, foi escalado. Para uns, isso é surpresa. Pra gente cá do Fontebrasil, não. Humberto não faz cerimônia em servir a quem lhe paga. Assim foi na época em que atuava no grupo de Ottomar Pinto, e chamava Romero Jucá de "filhote da ditadura", de "caloteiro" e daquilo que não presta, tempo em que também lembrava considerações chinfrins de que a prefeita Teresa era "teúda e manteúda".
Agora, servidor de Teresa e empregado de Romero, Humberto não deu um piu sobre a censura que colegas da imprensa sofreram por ações judiciais impetradas pelos patrões. Colegas do BrasilNorte estão há cinco meses - repito, cinco meses - com salários atrasados e qual é a posição do presidente do Sindicato dos Jornalistas? A de obter um espaço em coluna no BN. De que lado está Humberto Silva nesses dois episódios? Seu trabalho será o de, via Sinjoper, impedir a atuação do Fontebrasil cassando registros.
A teia está armada mas não nos cabe susto. Uma série de tentativas, de ações judiciais nefastas e vergonhosas contra este editor e contra este Fontebrasil será desencadeada a mando de Romero e Teresa Jucá e executada por seus paus-mandados.
Repetimos: isso não nos assusta. Acrescentamos: isso nos encoraja e nos fortalece ainda mais na missão que cumprimos não mais por simples ideal, mais por força e vontade do leitor, do meio formador de opinião. Não seremos a bola da vez.
P.S: A imprensa pode estar sob um controle, mas as mentes e consciências das pessoas de bem, dos homens que cumprem a Lei, não. Por isso, este editorial será protocolado à Ordem dos Advogados do Brasil seccional Roraima; aos Ministérios Públicos Estadual e Federal; ao Senado Federal; à Procuradoria Geral da União; ao Tribunal de Justiça do Estado; à Justiça Federal em Boa Vista; ao Superior Tribunal de Justiça; à Câmara de Vereadores de Boa Vista; à Assembléia Legislativa do Estado; ao Sindicato dos Jornalistas de Roraima; à Federação Nacional dos Jornalistas; à Associação Brasileira de Imprensa; aos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense, O Globo; às revistas Veja, IstoÉ, Época e Caros Amigos.
Vamos com este editorial, antecipar fatos, escrever uma crônica de ações nefastas e mostrar que podemos cumprir o papel de noticiar e expressar opiniões amparadas pela Lei, pela vontade e direito da sociedade em ser informada.