- 12 de novembro de 2024
Por Luiz Valério
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A Câmara de Vereadores de Boa Vista aguarda um sinal do Ministério Público Estadual para se pronunciar sobre o processo 001005106146-2 que tramita na 2ª Vara Cível da Justiça de Roraima, contra a prefeita Teresa Jucá por supostas irregularidades no contrato firmado entre o Município e a empresa F. Paulo Lucena Cabral - ME. Segundo a denúncia feita pelo MPE à Justiça, teria havido irregularidades no pagamento de R$ 4,9 milhões à empresa em questão. De acordo com os documentos colhidos pelo Ministério Público, a empresa teria recebido o dinheiro sem realizar os serviços para os quais foi contratada.
Antes do recesso legislativo, o vereador Ivo Som (PTN) coletou a assinatura de sete parlamentares com o objetivo de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as irregularidades denunciadas pelo MPE. Como o órgão ministerial teve a iniciativa primeiro, o vereador aguarda o resultado no trâmite do processo na Justiça, para que então a Câmara possa se pronunciar. "Estamos aguardando um parecer do MPE para só então tomarmos alguma providência", disse Ivo Som. Assinaram o requerimento para a criação da CPI os vereadores Ivo Som, Pelé, José Reinaldo, Paulo Marchioro, George Melo, Rogério Trajano e Iracema Araldi.
O presidente em exercício da Câmara, Paulo Marchioro , disse que assinou o requerimento da CPI por acreditar ser necessário a denúncia de suposta irregularidades no contrato firmado entre a Prefeitura e a empresa F. Paulo Lucena Cabral - ME. Mesmo ciente de que a CPI pode não vingar, devido ao fato da iniciativa ter sido tomada posteriormente à investigação do MPE, Marchioro afirmou que todas as irregularidades apontadas devem ser investigadas. "Quem tiver que provar alguma coisa que prove", observa. "Assinei o requerimento e, se fosse preciso, assinaria novamente", destacou.
DEPÓSITOS SUSPEITOS - Paulo Marchioro e Ivo Som também afirmam ser necessário investigar a os supostos depósitos de mais de R$ 400,00 suspostamente feitos pela prefeita Teresa Jucá (PPS) na conta do diretor da FETEC (Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura), Rodrigo Jucá, num prazo de três dias. Os depósitos foram detectados pelo órgão federal responsável por rastrear movimentação financeira em agências bancárias de grandes somas de dinheiro no país.
"As informações sobre esses depósitos ainda não chegaram até a nós, vereadores, mas se houver procedência, essa história também deve ser esclarecida", disse Marchioro. "É de se admirar que isso esteja acontecendo justamente com o filho do senador Romero Jucá", completou. Ivo Som emitiu a mesma opinião do presidente em exercício. "Temos que ver se a denúncia é procedente. Se for também vamos apurar", adiantou.
OUTRO LADO - Sobre a abertura da CPI, a assessora de Comunicação, Ana Florêncio, observa que como o Ministério Público teve a iniciativa de levar o caso à Justiça, a pretensa CPI perdeu o seu objetivo. "O assunto está sendo tratado pelo MPE e, então, se essa CPI for criada já vai nascer morta", comentou. Florêncio ficou de prestar mais informações sobre o assunto, mas até o fechamento desta matéria não retornou a ligação. Disse estar numa reunião com a prefeita Teresa Jucá.