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Santo do pau oco

A charge "Bar de Lama" acima de Paulo Caruso publicada na IstoÉ, desta semana reproduz dois fatos: a) o governo do PT está todo enlameado; b) Romero Jucá só é santo em Roraima.


EDERSEN LIMA, Editor

 

Brasília - A charge "Bar de Lama" acima de Paulo Caruso publicada na IstoÉ, desta semana reproduz dois fatos: a) o governo do PT está todo enlameado; b) Romero Jucá só é santo em Roraima.

Na charge, a lama bate na cintura de personagens que nos últimos dias e meses foram protagonistas de denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público. O senador de Roraima é o garçom do bar, o que anota e distribui os pedidos. Carrega um frango na bandeja.

Considerações ao governo Lula seria desnecessário. Os jornais e telejornais estão fazendo do mesmo modo como fizeram por dois meses diretos, sem trégua, verdadeira devassa nas denúncias de calote no Basa, fraudes, fazendas fantasmas, posse da TV Caburaí e propina de obras no Cantá envolvendo Romero Jucá.

Tais denúncias repercutiram fora de Roraima com muito mais intensidade que o caso dos gafanhotos, pois envolvia um senador indicado e depois ministro de um governo tido como ético, honrado e honesto.

Pouco tempo depois, descobriu-se que de tão recheados de denúncias, ministro e governo se pareciam. Respostas ou justificativas plausíveis sobre as acusações que sofre ainda não foram respondidas pelo senador.

Mas, por que fora de Roraima a repercussão negativa de Romero Jucá foi maior que o caso dos gafanhotos? Primeiro, os "gafanhotos" não passaram de uma semana nos jornais e três dias nos teles, enquanto que Jucá foi manchete por dois meses, na Veja, Época, TV Globo, Record, Band, CBN, O Globo, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo, O Estadão, A Crítica e outros. Segundo, Romero não conseguiu convencer que é tudo mentira.

Mas por que em Roraima não se teve essa impressão? Primeiro, o dono do principal jornal do estado está abraçado com Romero no calote do Basa, e por tabela, parte da imprensa se calou. Segundo, o caso dos gafanhotos envolvia adversários de Romero, que por sua vez, contou com inteira cobertura do principal jornal do estado. Até uma foto do ex-prefeito Barac Bento, dentro de um camburão da Polícia Federal, tal jornal publicou, lembra?

A missão de rádios, TVs e jornais não se restringe somente a informar a sociedade, mas também participar do processo de cidadania e educação. Nos cabe noticiar, interpretar a informação e debatê-la com o meio.

Enquanto isso não for entendido por quem faz a imprensa, exemplos como o de Romero e os gafanhotos vão continuar vilipendiando e solapando consciências em nome próprio, de benefícios próprios e da canonização de santos de pau oco.

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