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Comissão de Ética ainda não aprovou Jucá

Conselheiros da Comisssão de Ética do governo dizem que o ministro Romero Jucá não os convenceu sobre acusações e processos que responde por corrupção, calote no Basa e desvio de dinheiro público.



Cristiane Jungblut

O GLOBO

BRASÍLIA. O ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB), ainda não passou pelo crivo da Comissão de Ética Pública do governo. Os conselheiros já fizeram três reuniões para discutir os dados patrimoniais e financeiros do ministro e não estão satisfeitos com as explicações de Jucá. Numa das reuniões, em 10 de maio, que contou com a participação do próprio ministro, os conselheiros chegaram a perguntar diretamente se Jucá achava que tinha condições de permanecer no cargo diante de tantas denúncias.

Segundo a ata do encontro, o conselheiro Antoninho Trevisan perguntou ao ministro "se ele entendia possível cumprir sua missão como ministro da Previdência dada a extensão das denúncias contra sua pessoa". Na mesma linha, João Camilo Penna indagou: "(Se Jucá) se via com força moral para fazer frente aos requerimentos do exercício da função, sobretudo por estar sob investigação de diversos órgãos e entidades do próprio governo".

O ministro alegou que desde que assumiu o cargo "vem sendo atacado por adversários políticos e setores da imprensa com acusações e informações que, mesmo não sendo verdadeiras, constituem-se em transtorno e em agressão a si e à sua família".

Jucá prometeu dar mais informações à comissão

Jucá também se dispôs a complementar o mais rapidamente possível as informações já prestadas. Ele prometeu enviar cópias de explicações apresentadas às entidades públicas que apuram as denúncias, reiterando mais uma vez "serem todas infundadas". Diante de reclamações de que demorou a entregar as primeiras informações, Jucá disse que eventuais deficiências em "suas informações se deviam a problemas de compreensão quanto ao que seria relevante para a Comissão".

Nas reuniões de 2 e 27 de junho, a comissão continuou considerando insatisfatórias as informações. Segundo a ata da reunião do dia 2, à disposição na página do órgão na internet, a Comissão de Ética diz que foram examinados os esclarecimentos adicionais, mas "as informações prestadas não foram consideradas suficientes".

O ministro vem sendo alvo de denúncias desde que assumiu o cargo. O Supremo Tribunal Federal já autorizou abertura de inquérito para apurar supostas irregularidades em empréstimos concedidos pelo Banco da Amazônia (Basa) à empresa Frangonorte, da qual Jucá foi sócio. O ministro tem negado as acusações, mas o desgaste tem feito com que seu nome seja incluído nas discussões sobre possíveis mudanças na equipe ministerial de Lula.

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