- 12 de novembro de 2024
Dom Luiz Inácio (PT-SP) está por um triz e a situação do país é extremamente delicada. Na dependência direta do PMDB, o presidente da República se mostra preocupado com o que mais temia: humilhar-se diante daquele partido, pois apesar de ter oferecido quatro Ministérios, a maioria dos governadores da legenda não se mostra interessada em embarcar nessa canoa furado do governo petista. O PT está pendurado numa brocha.
É evidente que a situação de dificuldades irá se arrastar por muitos meses. Não há como abafar tanta roubalheira. É impossível colocar-se tal quantidade de lixo debaixo do tapete. O monturo é enorme! E um processo de impeachment, como já começa a parecer inevitável, arrastar-se-á por meses, comprometendo a já abalada situação econômica.
O PT chegou ao poder sem qualquer projeto e sem nenhum plano de mudança econômica, mas associado a uma quadrilha de salteadores que dizia combater. E apesar de se posicionar de forma ostensiva contra os saqueadores do Estado, o que se viu foi a incorporação de mais ministros desonestos, ladranetes e ladravazes de todas as categorias.
Guardando-se as proporções devidas, a situação de Dom Luiz Inácio se assemelha, em muito, ao drama atualmente vivido pelo presidente dos EUA, George W. Bush. Quando se articulou para invadir o Iraque (juntamente com o primeiro-ministro inglês, Tony Blair), o insolente e semiletrado ianque achou que sua investida seria um passeio. Que em menos de três meses estaria tudo resolvido.
Agora, o próprio secretário de Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, admite que está mantendo conversações com setores da insurgência, buscando acordo que ponha fim às mortes dos soldados invasores. Já se pensa até mesmo em devolver o poder a Saddam Hussein (ditador iraquiano deposto), pois quando ele se encontrava no comando, o país era mais tranqüilo. Suprema desmoralização.
Vivia-se aquilo que se chama de "paz de cemitério", mas pelo menos os jovens do exército de Tio Sam não morriam como moscas nas areias do deserto. O que incomoda é a morte de cidadãos norte-americanos noticiada diariamente sem que se possa fazer nada. Por mais que se torturem insurgentes nas prisões de Abu Ghraib, Guantánamo e delegacias militares do Iraque, não se consegue dar um basta à matança. E isso está incomodando.
Os EUA invadiram o Iraque com a proposta de "espalhar a democracia" no Oriente Médio, mas só estão conseguindo levar cadáveres ensacados de volta para casa. Até mesmo o petróleo, motivo real da mobilização, eles não estão conseguindo roubar da forma desejada. Tudo no Iraque é explosivo: carros, homens, oleodutos e prédios.
Agora, veja-se o caso do PT no nosso Brasil. Criado há 25 anos, sob a bandeira da moralização, foi porta-voz de denúncias e arauto de nova era. Quando deputado federal (1987-91), o hoje presidente da República disse ter encontrado uns 300 picaretas na Câmara e saiu de lá decepcionado. A primeira coisa que fez, ao chegar ao Palácio do Planalto, foi se juntar à maioria dos que condenava.
A política econômica adotada por Dom Luiz Inácio seguiu todos os passos que dizia combater na gestão criminosa e lesa-pátria de seu antecessor. De maneira que só há duas alternativas: ou o presidente é um cínico total, picareta igual aos que disse ter encontrado na Câmara (e por isso deve ser afastado), ou sua excelência é inteiramente despreparado e está agravando problemas seculares (devendo ser também afastado imediatamente).
Na última sexta-feira, o STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu ação civil pública "ajuizada pela Afim (Associação dos Arrendatários Financiados e Mutuários do Sistema Financeiro do Estado de Goiás)". Ela quer "a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Lula, do tesoureiro do PT (Delúbio Soares) e das bancadas do PL, PP e PTB". O ministro Celso de Mello é o relator da ação.
O fato é que a população precisa se mobilizar e exigir a saída imediata de sua excelência, antes que ele cause mais estrago. Apelar para que renuncie e poupe o país de maiores vexames. Quem sabe, sua excelência escreveria um livro de memórias a quatro mãos com o parceiro George W. Bush, contando como se faz para ter sucesso, apesar de seus currículos indicarem caminho de completo desastre.
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