- 12 de novembro de 2024
Por Marlen Lima
Brasília - As críticas na TV Caburaí e do secretário municipal de Saúde contra o governo do estado está sendo vista por aliados dos dois grupos como início de rompimento político entre o governador Ottomar Pinto e o ministro da Previdência, Romero Jucá.
E a leitura desse quadro, afirma um deputado aliado ministro, está ficando nítida a cada dia que se aproxima o final do ano, "quando teremos o período das convenções partidárias e tudo ficará definido". Este mesmo parlamentar, que prefere o anonimato, revela ainda que Ottomar Pinto não terá todo o apoio do partido da ex-senadora Marluce Pinto, "que tem o controle só de uma parte do partido, já que o PMDB é presidido pelo ministro Jucá e basta ver o que vem acontecendo na mídia".
O que se tem visto é que políticos e assessores do ministro e da prefeita Teresa Jucá (PPS) têm usado a mídia, em especial a TV Caburaí que é controlada por Romero Jucá para expressar uma pesada aversão à administração de Otomar Pinto.
Por outro lado, políticos e assessores ligados a Ottomar não perdem a oportunidade em dar o revide sobre a administração de Teresa. Muitos afirmam que as ruas estão esburacadas e que a cidade está suja como "nunca se viu", e que ela "não está mais nem um pouco preocupada com o embelezamento de Boa Vista, coisa que ela cuidava tanto", afirma um parlamentar da situação.
Um outro deputado diz que Teresa Jucá ressurgiu, "estranhamente e subitamente na mídia", e que sua aparição repentina é devido ao que algumas pesquisas informais têm apresentado números desfavoráveis à prefeita, numa eventual candidatura ao Senado.
Um aliado de primeira hora de Jucá diz que se o ministro cair agora, "no dia seguinte ela anuncia sua candidatura ao governo. Agora se ele não cair e permanecer no governo, é certo que ele deixe esse anúncio para mais tarde", garantiu o deputado, que vai, mais além quando destaca que esse racha entre Ottomar e Jucá é certo e que eles não estarão no mesmo palanque, "Jucá não tem paciência para esperar até 2010", ironiza o experiente político.
SIM E NÃO - O líder da oposição, deputado Édio Lopes (PMDB) revela que ainda é cedo para dizer algo. O parlamentar ressalta que os dois caciques não fizeram nenhuma menção que indique algum rompimento. "Eu não tenho um elemento que possa gerar uma opinião sobre isso. Eles não revelaram nada que possa opinar a respeito".
Já o presidente da Codesaima, Elton Rohnelt, revela achar difícil que Ottomar e Jucá dividam a mesma campanha. "E acho difícil. Jucá vai ficar isolado no seu palanque contra uma história de trabalho, que é Ottomar. Jucá não tem história".
Os presidentes da Assembléia Legislativa e da Câmara de Boa Vista, deputado Mecias de Jesus (PL) e vereador José Reinaldo. Ambos afinam um ponto incomum: o que ainda é cedo para afirmar algo, já que os dois caciques não têm trocado farpas. A animosidade tem surgido somente por baixo, nas camadas de base dos dois grupos.
Mecias entende que algo "estranho" está acontecendo, porque "é visível o que vem ocorrendo, basta ver o que tem saído na imprensa. E disso que vemos podemos dizer que parece que existe um ensaio para uma futura separação. Mas ainda assim é cedo dizer algo".
Zé Reinaldo revela que se puder ajudar, "como presidente da Câmara trabalho pela unidade dos grupos. Agora, claro, se a divergência aumentar, que o que existe é um desentendimento das bases, e sendo assim não vejo como um racha, se aumenta isso, aí sim, teremos duas candidaturas ao governo".