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Kotscho defende CPI e vê "fim de feira moral" no país

Ex-secretário de Imprensa da Presidência e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva há mais de 20 anos, o jornalista Ricardo Kotscho defendeu ontem a criação de uma CPI para investigar denúncias de corrupção.


Folha de S. Paulo

Ex-secretário de Imprensa da Presidência e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva há mais de 20 anos, o jornalista Ricardo Kotscho defendeu ontem a criação de uma CPI para investigar denúncias de corrupção.
"Eu como cidadão, como jornalista, como petista, como eleitor do PT, sou a favor. Quanto mais se investigar e limpar este país, melhor." Kotscho, que deixou o governo em novembro de 2004, fez ponderações em relação à defesa da CPI pelos petistas: "Insisto neste ponto: quem é governo tem responsabilidade de governo".
Questionado que "responsabilidades" justificariam o combate à CPI, disse: "Se o governo agir no sentido de pegar as pessoas envolvidas, fazer inquéritos para valer, como muitas vezes aconteceu, não haveria necessidade da CPI, que tem um ingrediente político".

"Fim de feira moral"
Em artigo publicado ontem no site Nominimo, Kotscho identificou no país um clima de "fim de feira moral" com a enxurrada de denúncias (leia a íntegra abaixo): "Você pega os jornais e não sobra pedra sobre pedra no cenário político, pinta um clima de fim de feira moral, de desesperança, de indignação, de salve-se quem puder, tudo ao mesmo tempo".
Questionado se essa deterioração moral incluía o governo, disse: "Estou falando do noticiário e o noticiário é geral, pega tudo. Não é uma avaliação minha".
No artigo, afirma que ele e "amigos do governo" demoraram para ver a mudança, para pior, no "conjunto da obra" no país. À reportagem, ele disse que o Planalto "demora" para perceber o impacto do noticiário negativo, porque ele perde peso quando chegam notícias boas ao gabinete. "Precisava ter outros instrumentos para perceber essas coisas mais depressa." Sobre reflexos da crise, disse: "Só se vai ter uma avaliação verdadeira na eleição do ano que vem". (FLÁVIA MARREIRO)

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