- 12 de novembro de 2024
No centro de crise política de desdobramento imprevisível (pode até dar impeachment), o presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP) tirou o time de campo e foi beber saquê no Japão. Sua excelência vai ficar uma semana entre aquele país e a Coréia do Sul. Amanhã, está prevista a leitura no plenário do Senado do documento de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito mista para apurar parte da bandalheira que acontece na gestão federal petista.
No domingo (22), o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, forneceu a pauta de discussão política da semana, ao defender aliança política entre o Irã e alguns países sul-americanos, pois quer "desenvolver programas nucleares". E forçou o presidente brasileiro, mais uma vez, a se posicionar. O problema é que o Brasil é conduzido pela Rede Globo e outros órgãos de comunicação vinculados ao capital mundial.
Esses órgãos, que obedecem a ditames dos EUA, não querem saber nem mesmo da organização de forças armadas nos países ricos em recursos naturais, muito menos de ouvir falar em energia nuclear, mesmo que para alegados "fins pacíficos".Em 1998, quando o candidato presidencial Enéas Carneiro (Prona) falou em construir bomba atômica, toda a grande imprensa caiu de pau em cima. Disseram logo que ele tem cara e jeito de maluco.
Apelaram para o sentimento de nossas classes médias, afirmando que necessitamos de paz e que nossa população é contrária à violência, embora se registrem mais de 100 mil homicídios por ano nas ruas, números manipulados nos dados coletados e puxados para baixo artificialmente, reduzindo o impacto. Matam-se mais pessoas diariamente, nas ruas brasileiras, do que em todos os países conflagrados do Oriente Médio.
Aproveitando-se do pavor criado, a Rede Globo, juntamente com uma ONG do Rio de Janeiro (Viva Rio), quer aprovar referendo contra a venda de armas, facilitando a ocupação de nosso território, se for o caso, por forças estrangeiras como já se discute nos EUA. O número de pessoas que possui armas legalizadas no Brasil não atinge o percentual de sete por cento! Mesmo assim, a Rede Globo quer desarmar a população.
Como as nossas forças armadas já se encontram à míngua, desmontadas, fato concretizado na gestão FHC (1995-2003), não custa nada deixar todo mundo sem arma sequer para a defesa pessoal. Como se ladrões e batedores de carteira, tanto os que andam nas ruas como os que saqueiam os cofres públicos vivessem nas portas das lojas legalizadas, adquirindo granadas, ou os arsenais que se apreendem nos morros.
O ex-presidente Collor de Mello (1990-92), a quem o ex-presidente George Bush (1989-93), pai do atual, chamava de "Indiana Jones", foi na serra do Cachimbo no Pará e, de forma espalhafatosa, selou o local para o qual se programava a realização de testes nucleares. Mas nem isso o salvou do impeachment. Quando a coisa apertou, os norte-americanos lavaram as mãos e sua então excelência foi defenestrado como corrupto.
Os EUA têm todo tipo de arma química possível e imaginável. No Vietnã, testaram napalm, gases, bombas de fragmentação, minas e agente laranja nas costas dos pobres camponeses, mas saíram derrotados e humilhados, partindo para o desenvolvimento de novos artefatos bélicos para a consecução de horrores. No momento, ocupam o território do Afeganistão (onde o presidente Hamid Karzai é mero testa-de-ferro) e o Iraque.
O presidente do Afeganistão pediu na Casa Branca, no último domingo, a guarda de prisioneiros detidos no seu país, pois o New York Times noticiou que militares dos EUA torturaram e mataram prisioneiros em Bagram, Base Aérea ali localizada. Como ninguém tirou foto, não repercutiu como o escândalo da prisão iraquiana de Abu Ghraib.
O fato é que o continente espoliado começa a se levantar. Desde o Equador, passando pelo Peru, Bolívia e chegando ao Brasil (as populações dos municípios de Rondônia estão exigindo a cassação dos deputados estaduais), atingindo enorme parcela da população nacional que começa a ficar saturada de tanta corrupção.
Junte-se a isso o fato de se ter um presidente que não gosta de política, não sabe se articular e assume confissão de culpa (por não querer a instalação de CPIs que alcancem suas ratazanas aliadas), para que tenhamos um rastilho queimando em direção ao barril de pólvora da insatisfação geral. Dom Luiz Inácio deveria abrir bem os olhos para seu terreiro.
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