Boca e Bigode num papo de jacaré

Malandros, Boca e Bigode conversam sobre atualidades.

BOCA: Bigode, isso não foi muito longe? Tú me garantiu que não ia dar em nada, pô! E desde que isso começou a coisa só vem apertando. Tou sem moral, cara!

BIGODE: Calma Boca. Tou no comando de tudo. Nada vai acontecer.

BOCA: Sob o teu comando? Tú falaste isso pra mim quando essa droga espirrou em 2003 e de lá pra cá o rolo só aumentou. É bem verdade que eu também não dava nada por isso, até porque quem ia dar atenção prá aquilo? O problema é que os home deram!

BIGODE: É..., a culpa é tua. Só entrei nessa porque vc falou que era um bom negócio e eu queria ajudar e...

BOCA: Ô Bigode, tá variando, quer enganar quem com essa conversa mole? Tú não tá falando com as bestas. Acorda, tá querendo me enrolar?!

BIGODE: Ah! Droga, me desculpa, é que esse argumento já está no meu subconsciente.

BOCA: Acho bom é tú ficar bastante consciente. Eu já me lasquei no ano passado com o dragão. Mas essa agora.. por incrível que pareça, tou começando a achar que as minhas lorotas já não colam assim como antes. A culpa é tua, em te apoiar. Todo mundo sabe que não sou de trair ninguém e que...

BIGODE: Peraí, Boca! Corta essa é vc. Quer enganar quem que vc não é traíra. Tú só está comigo porque sabe que tudo faz parte de um jogo de interesses. A gente convive porque ninguém quer a gente por perto. Por falar nisso, já tenho um nome para a tua reserva, é um jogador paulista que nunca deu um chute, mas é dono da bola.

BOCA: Caramba, Bigode, mesmo lascado, todo encrencado tú não pára de pensar em traquinagens... mas, sim, o paulista é dono da bola, mesmo?

BIGODE: É Boca, e tem muita.

BOCA: Ah! Então, vamos nessa. Depois a gente repete que a culpa é de um e do outro. Até agora nada deu em nada, mesmo.

BIGODE: É assim que se fala. Bom, eu vou indo...

BOCA: Ei, mas antes devolve a minha carteira.