- 19 de novembro de 2024
Brasília - Delicada. Assim está sendo vista a situação do ministro da Previdência, Romero Jucá, dentro do governo. A série de denúncias de calote no Basa; uso de terras fantasmas para quitar a dívida do Frangonorte e a investigação de cobrar propina em obras públicas supostamente originadas de emendas suas no Cantá, que vem sendo publicada e repercutida há duas semanas tem incomodado profundamente o presidente Lula. "É claro que não estou confortável", disse Jucá. Ontem, o presidente chamou Jucá e foi direto: "Saia do tiroteio. Você está no governo para resolver problemas e não ser um deles". Visivelmente irritado, o ministro saiu da reunião atirando na imprensa que "vem requentando assunto batido". Jucá se equivoca neste ponto. A imprensa apenas tem publicado o que demonstram os documentos do Basa e as investigações da Polícia Federal. Até agora, as denúncias não entraram na pauta dos articulistas, nem em discursos na tribuna da Câmara e do Senado. O ministro reclamou ainda que "isso(as reportagens) é fruto de armação política de seus adversários". Talvez por fragilidade emocional, Romero exagerou na dose ou está dando muito mais força e importância aos seus concorrentes. É de se questionar, então, quem no estado teria tanta força assim a ponto de mover Folha de S. Paulo, Veja, TV Globo, Correio Braziliense, O Estado de S. Paulo, Jornal de Brasília, Jornal do Brasil, TV Record e outros de "forma vergonhosa e injusta" contra o ministro que disse que "não é o bandido" no calote de R$ 18 milhões no Basa? A continuar esse rito de insensatez, maldade e conspiração da grande imprensa, de delicada, a situação do ministro se tornará insustentável. Resta-nos, passivamente, aguardar os acontecimentos. P.S: E-mail enviado por Alfredo Gomes lembra e parabeniza o "Fontebrasil por ter informado e acertado antecipadamente as prisões dos gafanhotos"; "pela queda do ex-governador Flamarion Portela quando toda a imprensa e a classe política andava de mãos dadas com ele" e, "ter sido o órgão de imprensa que primeiro denunciou as armações do Frangonorte no dinheiro do Basa".