- 20 de agosto de 2025
O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) disse em Plenário ontem no plenário que "não se pode criar ódio de classe no país", referindo-se a declaração do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, que culpou setores que se auto-intitulam integrantes do agronegócio pela violência no campo. Para o parlamentar, "um membro do governo tem de se postar acima das questões ideológicas ou partidárias" e pensar o Brasil como sendo de todos os brasileiros. As autoridades, acrescentou, não podem perder o equilíbrio e a serenidade no trato da coisa pública. Mozarildo disse ainda que o presidente do Incra precisa explicar melhor a acusação que fez. Em contrapartida, Mozarildo elogiou a postura do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, que respondeu à acusação "com elegância acima do normal". Em vez de rebater simplesmente a acusação, disse, o ministro fez uma definição muito completa do agronegócio. O senador enfatizou ainda que essa atividade econômica, "indispensável para um país continental como o Brasil", hoje responde por 34% do Produto Interno Bruto (PIB) e 40% dos empregos no país. Para Mozarildo, da mesma maneira que não se pode responsabilizar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pelo que fazem alguns de seus membros, não se poder jogar a culpa a todos os empresários agrícolas por ato cometido por um deles. Ele pediu a transcrição, como parte de seu discurso, de reportagens publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo sobre o tema de seu discurso. Municípios O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) defendeu nesta sexta-feira (26) o fortalecimento político e administrativo dos municípios brasileiros, por meio da destinação de maiores recursos para as prefeituras. Ele lembrou que é no município onde o cidadão mora, e não na União. Para Mozarildo, há uma inversão de valores dentro da estrutura administrativa brasileira. Como exemplo, informou que somente no ano passado foram repassados para as organizações não-governamentais (ONGs) R$ 1,3 bilhão, apenas em convênios com os ministérios. O senador por Roraima informou que os valores repassados para as ONGs representaram cerca de 44% do que o governo encaminhou de maneira espontânea aos municípios, com um detalhe: não foi exigido o mesmo rigor com relação às prefeituras na aplicação dos recursos, o que considera um absurdo. - É uma autêntica substituição do Estado pelas ONGs - protestou Mozarildo, ao informar que também as autarquias e fundações, com destaque para a Petrobras, repassam o que considerou "uma verdadeira fortuna" às organizações não-governamentais, em detrimento dos municípios. Mozarildo também criticou as constantes denúncias feitas pela imprensa aos municípios, principalmente os de médio e pequeno porte, de que seriam uma espécie de "praga da nação". Para ele, é um autêntico preconceito afirmar que os maiores níveis de corrupção e de desvio de recursos estão nos municípios.