- 09 de dezembro de 2024
Roraima registrou o maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022, com uma alta de 11,3%. A informação umas das pautas trazidas por Fábio Martinez, secretário adjunto de planejamento do estado, durante entrevista ao programa Agenda da Semana, neste domingo (24).
Segundo o secretário adjunto, a agropecuária foi o setor que mais impulsionou o crescimento do PIB em 2022, com alta de 28% e acréscimo de R$ 1,7 bilhão à economia estadual. “A gente já tem de produção de valor adicionado da agropecuária 1,7 bilhões”, afirmou. A soja, principal produto do setor, vem passando por um processo de industrialização, o que contribui para agregar valor à produção local.
A administração pública, que historicamente detém grande peso na economia de Roraima, também teve papel importante no crescimento do PIB, com alta de 4,1%. O setor representa 47,1% da atividade econômica do estado e movimentou cerca de R$ 9 bilhões em 2022. “A gente tem investimentos grandes do governo federal”, ressaltou Martinez, citando como exemplo a construção da “casa do governo”, que prevê investimentos de R$ 1 bilhão.
O comércio, segunda maior atividade econômica de Roraima, com participação de 14,7% no PIB e movimentação de R$ 2,8 bilhões, também apresentou crescimento expressivo em 2022, com alta de 9%.
Outro destaque foi o setor industrial, que cresceu 20% no período, puxado principalmente pela área de serviços industriais e utilidade pública, como água, energia e coleta de lixo. “Eles cresceram 36% essas atividades, muito por conta da geração de energia, o que a gente teve nesse ano de 2022, a entrada e a implementação de fato da atividade das termoelétricas aqui no nosso estado”, observou Martinez.
Apesar do cenário positivo em 2022, a expectativa é que o ritmo de crescimento do PIB diminua em 2023 e 2024. Projeções do banco Santander apontam para uma alta de 3% em 2023 e 4% em 2024. “A gente teve um ano de 2022 muito acentuado. A gente tinha o horário investido que mais gerou empregos, a gente gerou mais de 7 mil empregos em 2022. A economia estava muito aquecida”, relembrou Martinez.
Entre os fatores que contribuíram para a desaceleração, o secretário adjunto citou a mudança de governo e a queda nas exportações, principalmente para a Venezuela. “Em 2023, mudada de governo, a gente teve algumas inseguranças, principalmente de investidores do agro. O que a gente teve foi justamente nessa mudança do governo Bolsonaro para o governo Lula. O agro, por exemplo, que puxou 28% em 2022, nos primeiros meses do governo Lula, praticamente parou o mercado, por exemplo, fundiário aqui no Estado”, analisou.
Fonte: Folha BV