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Oraculo

Ouro de tolo


Ouro de tolo

JOBIS PODOSAN

Da prisão onde se encontra em Curitiba o velho “sapo barbudo” brada: "Me jogue no fogo, não me jogue na água". O sapo é animal que medita, arregala o olhão e vê longe na sua aparente imobilidade, que engana os insetos que dele se aproximam, dando o bote na hora certa, engolindo a todos, com a sua língua comprida, rápida e certeira.
Para entender a sua ação, embora ela seja instintiva, temos que lançar os olhos a Descartes e ao seu método.

René Descartes, embora tenha vivido a vida adulta no Séc. XVII (1596 - 1650), ainda hoje é atual e sempre será. Isto porque ele não inventou o método cartesiano, ela apenas o descobriu e sistematizou em fases de lógica irrefutável. É considerado como o primeiro pensador a enfatizar o uso da razão para desenvolver as ciências naturais. Para ele, a filosofia era um sistema de pensamento que encarna todo o conhecimento. Para os cartesianos, a mente está totalmente separada do corpo físico — lembrar que o corpo de Lula está preso, porém a sua mente está circulando o Brasil em veículos diversos. A grandeza do método é que ele não foi criado, mas sistematizado. Ele preexistia de forma bruta e subsistirá até para os que não o conhecem, como o velho “sapo barbudo”.

Para o pensamento cartesiano, o conhecimento nasce da capacidade de duvidar. Partindo da dúvida, o pesquisador tenaz busca a certeza. Essa certeza é um estado de espírito que o pesquisador alcança quando elimina, pela pesquisa, todas as objeções à tese que pretende demonstrar. Bolsonaro é  uma versão sem fatos que a corroborem. Faltam-lhes as evidências que acrescentem credibilidade ao que diz. Ser sincero e dizer o que pensa como justificativa para ser grosseiro não credencia ninguém para chefiar uma nação. Ao contrário, é  prenúncio de desgraça. O Presidente da República nada mais é  que um síndico que recebe o mandato do povo para agir no interesse deste mesmo povo. Prometer alterar a Constituição para mudar cláusulas  pétreas é  pregar uma impossibilidade jurídica. Ele é uma carroça vazia e faz barulho por estar vazia.

O Método cartesiano é composto de quatro regras fundamentais, a saber: a) Regra da evidência; b) Regra da análise; c) Regra da síntese; Regra da enumeração.

A Regra da evidência consiste em só aceitar como verdadeiro algo que se apresenta, tão clara e distintamente, que possa ser reconhecido como tal sem sombra de dúvida. Assim, se alguém afirma que os tribunais brasileiros toleram a prática da corrupção de cima para baixo, deve demonstrar cabalmente em que alicerça a sua opinião. Confira se esta regra se aplica ao desconhecido Bolsonaro. Que evidências fáticas se têm sobre o que ele diz? Onde se encontram os fatos com os discursos? Como no Estouro da Boiada, está correndo à frente de uma manada em direção ao precipício. Vai fazer o PT ganhar novamente.

A Regra da análise significa dividir o objeto do estudo em tantas partes quantas sejam possíveis a fim de melhor esquadrinhar os diversos ângulos do tema em estudo, problematizando e resolvendo os problemas. Não há no campo empírico nada que se possa decompor e analisar a respeito de Bolsonaro.

A Regra da síntese significa que após a análise, o pesquisador deve separar os assuntos de modo a classificá-los segundo a complexidade, procedendo à síntese de cada um, partindo dos mais simples para os mais complexos, formando uma cadeia entrelaçada e sucessiva, onde os argumentos encontrem uma sequência lógica. Não sendo possível analisar não se pode sintetizar. Qualquer análise ou qualquer síntese que se faça será sempre desfavorável ao candidato.

A Regra da enumeração e revisão significa enumerar quer dizer esgotar os argumentos em revisões completas. Tudo que pode ser observado deve ser observado. Nenhum dado deve ser desprezado, as enumerações devem ser as mais completas possíveis. O pesquisador pode encontrar, sobre certo ponto de sua pesquisa, três, quatro, cinco posições diferentes, deve considerá-las todas. Se no curso do trabalho aparecem mais algumas, deve retornar e as examinar, fazendo, assim, constante revisão do seu trabalho. Significa que, enquanto o trabalho não estiver concluído, estará sob permanente revisão. Esta regra também é desfavorável ao candidato Bolsonaro porque tudo que se tem dele são palavras e o Presidente governará fatos, acontecimentos reais e não apenas imaginados.

Pois bem, aplicando o método cartesiano às pesquisas nesta eleição vamos observar que há três tipos de eleitores de Lula em plena atividade. 1) os que votam em Haddad; 2) os que votam em Bolsonaro; e 3) os que votam em todos os demais candidatos exceto Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Marina Silva. Todos estes eleitores, cegos e tolos, permitirão ao PT ganhar a eleição mais fácil de sua história.

Pulverizados os votos e dado o grau de rejeição de Bolsonaro, a eleição de Haddad é matematicamente certa, ao menos que o eleitor surpreenda as pesquisas!

Para que o PT não vença esta eleição é preciso votar nos candidatos que podem vencer Haddad no segundo turno.

Sempre foi difícil vencer Lula e o PT depois da distribuição de coisas e recursos sem contrapartida para o país, agora com Lula preso e a imagem de injustiçado pregada nele fica mais difícil ainda. O aparecimento do nada de Jair Bolsonaro caiu como luva para o Petismo, que pode, parodiando o sapo da fábula, pedir: não votem no Haddad, votem no Bolsonaro! O resultado será o mesmo, Haddad estará eleito.

Cada voto dado a Bolsonaro é um voto dado ao PT. Sendo isto que queremos, votemos em Bolsonaro e ganharemos o ouro dos tolos.

E o PT cantará, zombando das crianças tímidas que optaram por não ver o evidente: enganei o bobo, na casca do ovo! Enganei o bobo, na casca do ovo!

Bolsonaro prestaria um grande serviço ao país se retirasse sua candidatura. Ou então o corpo eleitoral abre os olhos e vê o precipício que está diante dos seus olhos.

Afinal, o PT precisa retornar à oposição para prestar serviços mais qualificados ao país que o que prestou sendo governo.

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