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Oraculo

Imagens que borbulham


Imagens que borbulham
 

JOBIS PODOSAN
 

Em função da redução do tamanho mundo, pela evolução dos transportes e dos meios de comunicação, certos temas tomam a face de assuntos, digamos assim, Coca-Cola. Agitam o mundo todo, criam borbulhas e empolgam o universo. Como vêm, vão. Essa forma de viver e aprender tem o grave defeito da não retenção das informações assim recebidas. Nossa cabeça não é um galpão de bugigangas onde se possa amontoar coisas que não guardam nexo entre si. Nós primeiro concebemos um certo sistema e depois adquirimos capacidade de conformar e apreender informações particulares, de analisar as situações e formar um julgamento. Informações do tipo notícias de jornal, televisão  ou redes sociais ganham notoriedade num momento e são deletadas no outro. Não raro, são substituídas por outras mais recentes. Na verdade, esses tipos de informações  somente são entendidas por pessoas que conhecem o sistema na qual a informação se insere. Às demais, mais desinforma que informa. A cabeça fica um saco cheio de informações desconectadas que causa mais confusão que capacidade de dedução.

Tome-se o caso da prisão de Lula. Com três frases a defesa de Lula transformou a condenação dele em algo inominável. Eles repetem insistentemente algo que está no sistema da vida da população e, por isto, o povo compreende: 1) Lula é inocente; 2) Lula foi condenado sem provas: 3) Lula é perseguido por defender o povo mais pobre. A repetição diária e por várias pessoas em todas as partes assegura a aparência de veracidade.

O juiz de primeiro grau proferiu, em linguagem jurídica, uma sentença de mais de duzentas páginas, o que reduz o público leitor a algumas pessoas, mesmo dentro do direito. Adicionando-se a este fato um outro, que consiste na interpretação interessada da sentença de quem quer se beneficiar com um novo desastre do Lula no Planalto, aí teremos o Lula mártir. Ele recorre sucessivas vezes, a tribunais e entidades diversas, à procura do NÃO como resposta e esse NÃO serve de argumento no reforço das teses acima apresentadas. O principal advogado de Lula, se, hipoteticamente, este for eleito, terá salvado a sua reputação, por imaginar que Lula poderá beneficiá-lo com alguma sinecura, como fez com Toffoli e outros. Caso contrário, sairá pequeno da refrega, pois tenta mudar uma condenação judicial usando simultaneamente meios jurídicos, meta-jurídicos, extrajurídicos, nacionais e internacionais, sabendo que está tentando aogo quase impossível. Digo quase, porque está acontecendo no Brasil e, sendo assim, o boi pode voar.

Caso Lula dispute a eleição, seja eleito e governe poderá dizer dele mesmo o que Castro Alves disse de si no poema Mocidade e Morte: sinto em mim o borbulhar do gênio.

Quando Hitler se fez mito e espalhou Alemanha afora as verdades por ele inventadas no Mein Kampf, submeteu o povo alemão (o povo alemão!!!). Aqui o mito Lula está convertendo um Mestre em Economia e Doutor em filosofia, Professor universitário de uma das melhores universidades do país (USP) em um mero poste, disposto a emprestar o seu nome  e reputação a uma aventura que ele sabe não dará certo e que ele provavelmente irá parar na cadeia como quase todos que creram nesse messias tupiniquim. Será eleito de dentro da cadeia para obedecer ao Guru, traí-lo ou ir parar lá também, com títulos e tudo, como Palloci.

Triste fim. Triste Brasil.

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