- 19 de novembro de 2024
A FUNDAÇÃO DO BRASIL - A INDEPENDÊNCIA
JOBIS PODOSAN
Em todos os paises do mundo, a fundação se dá com a independência. Com o Brasil não foi assim, tivemos a Descoberta em 1500, a Independência em 1822 e a Fundação em 2003. Ainda há a possibilidade de haver a Refundação, caso o Fundador, volte, gloriosamente, à chefia na nação.
Os atos anteriores à Fundação do Brasil foram todos preparatórios para a chegada do Fundador. O Silva Xavier, da Conjuração Mineira, deu lugar a outro Silva ilustre, o José Bonifácio de Andrada, chamado de O Patriarca da Independência, que viria a ser outro dos profetas a anunciar a chegada do Messias/Fundador. Ao tutelar o irrequieto Príncipe Dom Pedro, José Bonifácio, com a ajuda sorrateira de João Silva, filho de Tiradentes, garantiu a libertação do Brasil do jugo português. Foi dificil, já que além das atividades de Estado o jovem principe gostava, como o Fundador mais de tarde diria, de uma boa aguardente de cana e mais um prato exótico para a época: rabo de boi com polenta, uma comida africana, aliás, Dom Pedro, na hora de comer não fazia distinções continentais e nem de raças, sendo um precursor da luta contra a desigualdade, embora tivesse mantido a escravidão. O Fundador também seria apreciador da rabada com polenta e de uma boa cachaça, sendo a Velho Barreiro tradicional a de sua preferência, ao menos foi assim até a fundação.
Com a vinda da Família Real, em 1808, o Brasil recebeu novo status. A família reinante tinha de adotar os procedimentos necessários para se relacionar diretamente com os países estrangeiros e para centralizar as decisões de governo a partir daqui.
A idéia de independência ganhou força a partir das medidas emancipatórias adotadas pelo novo goveno.
Denomina-se Independência do Brasil o processo que culminou com a emancipação deste país do reino de Portugal, no início do século XIX. Oficialmente, a data comemorada é a de 7 de setembro de 1822, quando ocorreu o episódio do chamado "Grito do Ipiranga". De acordo com a história oficial, nesta data, às margens do riacho Ipiranga (atual cidade de São Paulo), o Príncipe Regente D. Pedro bradou perante a sua comitiva: Independência ou Morte! Determinados aspectos dessa versão, no entanto, são contestados por alguns historiadores. A moderna historiografia em História do Brasil remete o início do processo de independência à transferência da corte portuguesa para o Brasil (1808-1821), no contexto da Guerra Peninsular, a partir de 1808.
Com o retorno de D. João para Portugal em 1821 ficou no governo do Brasil o príncipe Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, que depois foi coroado como primeiro imperador do Brasil, com o nome de Pedro I. D. Pedro é um misto de herói e vilão do Brasil, segundo o ângulo que se o observe. E de uma coisa hoje temos certeza: ele não é o Fundador do Brasil, apesar do Grito de Ipiranga. O fundador do Brasil nasceria mais tarde, no ano de 1945 e a nossa data magna, o futuro assim dirá, é o dia 1º de janeiro de 2003, data na qual o Fundador do Brasil daria início aos trabalhos de fundação, tornando tudo antes dele irrelevante, inclusive a História. Mas na saga dos Silvas, os ascendentes do Fundador tiveram relevante participação, havendo um liame que a todos une na caminhada histórica do Brasil.
Tudo no Brasil começou a partir de 1° de janeiro de 2003, daí o Fundador repetir à exaustão: nunca antes na história deste país, nunca antes na história deste país, tornando tudo o que aconteceu antes dele irrelevante.
No episódio da independência, João Silva aliou-se a Francisco Gomes da Silva, o alcoviteiro “Chalaça” e os dois caíram na graça de Sua Alteza, o príncipe regente, principalmente por darem cobertura às andanças noturnas do mancebo português. O “Chalaça” tornou-se figura memorável da história brasileira, destacando-se como beberrão e tocador de viola. Andavam sempre com figuras de reputação duvidosa, mulheres fáceis e todo tipo de aventureiro.
D. Pedro, em tais companhias, além dos filhos que fazia todos os anos na princesa Leopoldina, onze ao todo, fez, em números oficiosos mais de 120 filhos entre naturais e bastardos. Com a amante oficial, Domitila de Castro, a marquesa de Santos, teve quatro rebentos, também teve filhos com Maria Benedita, irmã de Domitila, com empregadas, escravas e qualquer mulher que dele se aproximava. Como o Fundador, não podia viver sem...fêmeas. Não se sabe se o Descobridor, o outro Pedro era também dado a incursões noturnas, constando de sua biografia apenas que em 1503, casou-se com D. Isabel de Castro, tendo depois recebido o título de Cavaleiro do Conselho Real. Em 1509, Cabral retira-se de Lisboa e passa a viver em Santarém. D. Pedro II, que sucedeu o pai no trono e governou durante 48 anos, não era dado ao exotismo sexual do pai. Mas esses três Pedros foram tornados irrelevantes ante a aura ofuscante do Fundador, que precipitou os três no abismo do esquecimento com um simples nunca antes.
Consta que no dia 09 de janeiro de 1822, compelido a deixar o Brasil pelos portugueses, estava o Príncipe aflito quando João Silva, com a sua voz rouca e língua pegada, deu a dica: faz uma frase efeito! Naquele tempo não havia marqueteiro disponível na praça e D. Pedro, ao que consta, não era um homem culto, capaz de, sozinho, pensar alguma coisa sonora. João soprou a frase que daria origem ao Dia do Fico: se é para o bem de todos e felicidade geral da nação diga os povo que fico.
Ficou e no dia 07 de setembro de 1822, às margens do Riacho do Ipiranga, proclamou a independência do Brasil, um país que tinha tudo para dar errado e deu errado.
Pelo menos até o dia da sua Fundação.
Moisés da Silva, filho de João Silva, fez-se então um abolicionista convicto e travaria uma luta enorme no Segundo Reinado, atazanando a vida do terceiro Pedro, o D. Pedro II. Depois do terceiro Pedro, emergirá a figura celestial de Luiz Ignácio que, muitos anos depois, fundaria o Brasil pujante que vivemos hoje.
Mas até lá, ainda teremos muitos acontecimentos.