- 19 de novembro de 2024
A FUNDAÇÃO DO BRASIL - A VINDA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL
JOBIS PODOSAN
Nascido em 1769, na Córsega, o fenêmeno Napoleão Bonaparte assombrou a Europa, tornando-se general aos 27 anos e Imperador da França aos 35. Depois de dcretar o bloqueio continental, visando a enfraquecer as relações comerciais da Inglaterra, Napoleão expandiu seus tentáculos pelo Velho Continente, interferindo, diretamente, no futuro desta terra brasileira, que ele desconhecia.
Em janeiro de 1808 Portugal estava na iminência de ser invadido pelas tropas francesas comandadas por grande Corso. Sem condições militares para enfrentar os franceses, o príncipe regente de Portugal, D. João, resolveu transferir a Corte portuguesa para sua mais importante colônia, o Brasil. Contou, neste empreendimento, com a ajuda dos aliados ingleses.
A corte portuguesa se radicou no Brasil de 1808 até 1821, fazendo a conhecida "inversão metropolitana", ou seja, a sede do governo passou a ser a colônia e não a Metrópole. Nos quatorze navios, além da família real, vieram centenas de funcionários, criados, assessores e pessoas ligadas à Corte portuguesa. Trouxeram também muito dinheiro, obras de arte, documentos, livros, bens pessoais e outros objetos de valor.
Às quatro horas da tarde do dia 22 de janeiro de 1808 todos os navios da esquadra estavam fundeados em Salvador e o Conde da Ponte, governador da Bahia, vai ao encontro da Corte embarcando no navio Príncipe Real.
Às cinco horas da tarde do dia 24 a comitiva real desembarcou na Bahia, com imensa pompa e solenidade, mas só em 7 de março de 1808 chegam ao Rio de Janeiro.
Às quatro horas da tarde do dia 8 de março de 1808 a família real desembarcou. Dom João desceu do navio Príncipe Real, olhou para o cais e viu seu xará João da Silva Xavier, jovem e barbudo, olhando para ele com curiosidade tal que lhe chamou a atenção. João da Silva, embora jovem, era destemido e perguntou quem era o chefe daquela comitiva ilustre. Ao saber que era o herdeiro do Trono de Portugal, João Silva – que gostava de ser chamado assim para ocultar o incômodo Xavier do seu pai, que morrera enforcado e esquartejado - exclamou o bordão dos Silvas dizendo a Sua Alteza que nunca antes na história da Colônia, um rei havia aqui desembarcado.
D. João simpatizou com João e pensou em como aproveitá-lo, já que soube ser ele filho da terra brasileira.
Indagado sobre as necessidades da terra, João Silva aconselhou o príncipe a abrir os portos às nações amigas, já que, estando aqui a Corte, passava a ser o Brasil uma pessoa internacional, quase independente. Entusiasmado com o nativo de visão tão longa, determinou, como primeira providência a abertura do comércio brasileiro aos países amigos de Portugal. A principal beneficiada com a medida foi a Inglaterra, que passou a ter vantagens comerciais e dominar o comércio com o Brasil. Os produtos ingleses chegavam ao Brasil com impostos de 15%, enquanto de outros países deveriam pagar 24%. Este privilégio fez com que nosso país fosse inundado por produtos ingleses. Esta medida acabou prejudicando o desenvolvimento da indústria brasileira.
D. João adotou várias medidas que favoreceram o desenvolvimento brasileiro. Entre as principais, podemos citar: estímulo ao estabelecimento de indústrias no Brasil, construção de estradas, cancelamento da lei que não permitia a criação de fábricas no Brasil, reformas em portos, criação do Banco do Brasil e instalação da Junta de Comércio.
João Silva foi trabalhar na indústria incipiente, mas durou pouco no trabalho devido a um acidente numa das máquinas que lhe decepou o dedo mindinho da mão esquerda, cumprindo-se a maldição dos machos da família Silva.
Voltou para a assessoria do Príncipe João e aconselhou a adoção de várias medidas que foram adotadas pelo novo governo, entre elas a criação do Museu Nacional, a Biblioteca Real, a Escola Real de Artes e o Observatório Astronômico.
Em Portugal, já livre de Napoleão, em 1820, ocorreu a Revolução do Porto, sendo que os revolucionários vitoriosos passaram a exigir o retorno de D. João VI para Portugal e a aprovação de uma Constituição. Pressionado pelos portugueses, D. João VI resolveu voltar para Portugal, em abril de 1821. Deixou em seu lugar, no Brasil, o filho D. Pedro, como príncipe regente, amigo de noitada de João Silva, a quem prometeu jamais vender o Banco do Brasil, atendendo a sentimentos nativistas do brasileiro. Pouco tempo depois, D. Pedro tornou-se imperador, após o processo de Independência do Brasil (7 de setembro de 1822), contando com a participação ativa do ascendente do Fundador Brasil.
A estrada do Fundador do Brasil vinha sendo pavimentada pelos seus ascendentes.
Com a brasileira Guiomar, João Silva gerou Moisés.