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ORÁCULO

A FUNDAÇÃO DO BRASIL - AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS


A FUNDAÇÃO DO BRASIL - AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
 

Jobis Posodan
 

O Brasil já teve diversos nomes antes do atual. O primeiro nome dado foi Pindorama, porém, foram os indígenas que inventaram o nome e apenas eles o utilizavam. Na descoberta em 1500, os portugueses batizaram a nova terra de Ilha de Vera Cruz, posteriormente se chamou Terra Nova, em 1501; Terra dos Papagaios, em 1501; Terra de Vera Cruz, em 1503; Terra de Santa Cruz, em 1503; Terra Santa Cruz do Brasil, em 1505; Terra do Brasil, em 1505; e finalmente em 1526, devido ao pau-brasil, uma árvore que tinha uma madeira muito valiosa, passou a se chamar simplesmente Brasil.

Por essa época, Abá Aîurú era um índio adulto e com um filho com a índia Nituna, que significa “minha filha”, expressão que o Fundador do Brasil, viria a usar com a sucessora, no ano de 2010, para aconselhá-la a fazer as poucas obras que ele não pode fazer. Abá Aîurú pôs no filho o nome de Ajuricaba, que significa pessoa de pouca paciência, pois queria um filho irritável, para enfrentar as “elites” na luta que já estava declarada e que o futuro viria a reconhecer a partir do ano de 2003.

Em 1526 o Brasil já era Brasil, no entanto, era um lugar onde se buscava e nunca se trazia. Daqui se levava tudo e não se trazia nada. O sentimento cívico ardia no peito inexperiente de Abá Aîurú, mas ele ainda não podia usar a forma de revolta usada pelo seu descendente ilustre, no longínquo ano de 2003. Ensinou, no entanto, a seu filho Ajuricaba a dizer: nunca antes na história deste lugar, pois o Brasil ainda não era um país.

Tanto não era, que o rei de Portugal instituiu o sistema de capitanias hereditárias. As capitanias foram uma forma de administração territorial do império português uma vez que a Coroa, com recursos limitados, delegou a tarefa de colonização e exploração de determinadas áreas a particulares, através da doação de lotes de terra, sistema utilizado inicialmente com sucesso na exploração das ilhas atlânticas. No Brasil, este sistema ficou conhecido como capitanias hereditárias, tendo vigorado, sob diversas formas, durante o período colonial, do início do século XVI até ao século XVIII, quando o sistema de hereditariedade foi extinto pelo Marquês de Pombal, em 1759.

Ajuricaba não gostava de ver a exploração da sua terra por estrangeiros, mas gostou da idéia de distribuir coisas para ao povo, só que Portugal distribuiu errado, pois deveria distribuir as terras com os mais pobres. Ajuricaba tinha também um traço que o Fundador do Brasil iria herdar: a Santa Igorância, pela qual nada sabia e nada queria saber, alegando sempre não poder ser uma pessoa culpada se nada sabia.

Devido às dificuldades encontradas em escravizar os índios, a partir de 1570 a Coroa portuguesa passou a incentivar a importação de africanos, tomando também medidas para tentar evitar a escravização desenfreada e o morticínio indígena. Porém, a transição da escravização indígena para a negra africana se deu de maneira diferente na América portuguesa, variando no tempo e no espaço. Ela acabou mais rapidamente no núcleo mais importante da empresa mercantil, destinada à exportação de produtos agrícolas em grande escala. E demorou mais para acabar nas regiões periféricas, como era o caso de São Paulo.

Esses fatores contribuíram para que a mão-de-obra africana fosse inserida nas lavouras brasileiras, sendo obtida através do tráfico de escravos vindos principalmente das colônias portuguesas na África. A atividade do tráfico negreiro inicia-se oficialmente em 1559, quando a metrópole portuguesa decide permitir o ingresso de escravos vindos da África no Brasil. Antes disso, porém, transações envolvendo escravos africanos já ocorriam no Brasil, sendo a escassez de mão-de-obra um dos principais argumentos dos colonos.

Com a chegada dos africanos iniciou-se a mistura das raças branca, negra e índia que iria dar origem ao mestiço brasileiro. O sistema das capitanias hereditárias foi extinto, mas até hoje sentimos os seus reflexos: governo que gosta de dar e povo que gosta de receber.

Ajuricaba é um dos precursores da miscigenação e da proteção aos mais pobres. Ajuricaba e Teberebé geraram Pindobusu...

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