- 19 de novembro de 2024
Jucá assume em definitivo
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) assumiu definitivamente a presidência nacional do PMDB com o compromisso de dar uma base ampla de sustentação ao governo do presidente da República Michel Temer. “Vamos ter que discutir com a sociedade e propor medidas que vão poder reorientar a direção que o País vai precisar tomar. Nós temos que ter muita consciência de que precisamos construir uma base política que dê operacionalidade e rapidez às decisões de um governo de curto espaço de tempo, um governo de dois anos. Precisamos também discutir com a sociedade, por meio de segmentos organizados, pois as medidas terão que ser muito bem entendidas e o contexto dessas medidas também muito bem explicado”, disse.
Segundo o presidente do PMDB, o momento agora é de definição, em que o Brasil terá que enfrentar seus dramas, seus desafios, suas incorreções. “Nós vamos viver um Brasil de muitos novos desafios. Ontem nós enfrentamos e vencemos a primeira etapa que era o processo de impeachment mas, com a posse definitiva do presidente Michel Temer, temos a consciência da responsabilidade e do grande desafio amplo e múltiplo que vamos ter que enfrentar no curto espaço de tempo”, afirmou.
O senador disse que as medidas serão apresentadas pelo governo no curto prazo e que terão que ser aprovadas com rapidez. “Vamos ter que cair em campo e realmente ter que discutir, tratar, propor e aprovar algumas questões que são emblemáticas e decisivas para o País poder sair dessa situação de gravidade e calamidade econômica em que vivemos”, disse.
Jucá negou que o partido tenha patrocinado algum tipo de acordo para manter os direitos políticos da ex-presidente, mesmo com a sua cassação. “O PMDB não patrocinou nenhum tipo de acordo para isso. Eu votei favorável a decisão de punição porque entendo que ela (a cassação) não é divisível. Uma coisa (a punição) é consequência da outra (a cassação). Não dá para se fazer uma cassação e não retirar os direitos políticos. Portanto, a penalização é automática, na minha avaliação e pela Constituição”, disse.
Jucá lembrou que, desde o início da discussão sobre o processo de impeachment com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, o PT queria desmembrar a votação. “Em um primeiro momento, o ministro disse que era impossível fazer isso, mas o seguidores da ex-presidente e os articuladores do ex-governo foram buscando senadores no intuito de sensibilizar e encaminhar para uma linha vitimização. Alguns senadores e senadoras entenderam que deveria haver a cassação mas não deveria haver esse tipo de sanção”, disse.
O presidente do PMDB enfatizou que a votação desmembrada de ontem não divide o partido “até porque essa votação não foi uma definição partidária, não houve fechamento de questão”. “Esse julgamento foi de foro íntimo de cada senador e de cada senadora. A votação de ontem não só incomodou o presidente Michel Temer como incomodou todos aqueles que entendem que, juridicamente, não cabia esse tipo de divisão. Se houve algum tipo de entendimento entre algumas pessoas do PMDB, isso não foi - em nenhum momento - nem trazido pro comando do partido, nem para o presidente Michel Temer e nem para a coordenação política do governo”.