- 25 de novembro de 2024
Presídio tem manifestação
Inaê Brandão
Do G1 RR
Familiares de presos fizeram uma manifestação pacífica com cartazes nesta quinta (25) na via que dá acesso à Peniteniciária Agrícola, a maior unidade prisional do estado (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)
Cerca de 30 familiares de detentos que cumprem pena na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista, fizeram uma manifestação nesta quinta-feira (25) na via que dá acesso à unidade prisional. Os familiares protestaram contra a suspensão das visitas e contra o remanejamento de detentos feito pela direção da penitenciária. A manifestação começou às 7h.
Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), as visitas estão suspensas na Peniteniciária e na Cadeia Pública de Boa Vista desde a terça-feira (23) em razão da situação de 'insegurança nas unidades prisionais do estado'.
O remanejamento dos detentos, feito na última segunda-feira (22), também gerou revolta entre presos da penitenciária e da Cadeia Pública.
Com o filho e o esposo detidos na penitenciária, a diarista Sandra Maria Lima Sobral contou que os detentos estão insatisfeitos com as mudanças de alas.
"Dizem que eles [presos] estão em rebelião, mas isso não está acontecendo. Eles só querem voltar para o lugar deles. Os que foram mandados para a ala 13 querem voltar para a 14", afirmou, acrescentando que os detentos não estão recebendo alimentação há quatro dias.
Os familiares fizeram a manifestação de forma pacífica e usavam cartazes onde pediam 'o fim da opressão' e a 'paz, justiça, liberdade e igualdade para todos'. "Queremos que os direitos humanos briguem por eles [presos] porque julgados, condenados e presos eles já estão", disse Sandra.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Uziel de Castro Júnior, confirmou que mudanças na unidade geraram 'revolta' entre alguns presos. Entretanto, segundo ele, a situação deve ser normalizada ainda hoje.
O diretor da unidade prisional, João Passos, explicou que foi realizada na penitenciária o remanejamento de cerca de 200 presos que trabalham e estudam. A mudança ocorreu para facilitar o transporte diário dos detentos para a escola e trabalho.
"Para facilitar esse procedimento que é bastante demorado, colocamos todos os presos que estudam e trabalham em uma mesma ala. Antes a gente demorava duas, três horas para recolher todos e eles chegavam sempre atrasados", disse.
Na coletiva, o diretor da Cadeia Pública, Elizandro Diniz, também negou que os presos estejam sem receber alimentação.
"Os presos estão se recusando a receber a alimentação em razão do movimento que eles estão realizaram em atrito com a administração. A alimentação lá é de qualidade, as marmitas estão sendo entregues nas unidades prisionais, mas eles estão se recusando a receber", disse o diretor.