- 25 de novembro de 2024
PM morto é visto como "herói"
Emily Costa
Do G1 RR
O velório do soldado Hélio Vieira Andrade, de 35 anos, que ocorre nesta segunda-feira (15) na Câmara Municipal de Boa Vista, é marcado por comoção e homenagens de familiares, amigos e colegas da corporação. "Ele, para nós, significa muito. Ele é o nosso herói, o herói do Brasil. Ele morreu como um herói", disse Marcos Vieira, irmão do soldado.
Andrade atuava como agente da Força Nacional. Ele estava no Rio de Janeiro desde 2015 e sonhava em trabalhar na Olimpíada, disse a irmã, Edilene Andrade.
O soldado foi baleado quando o carro em que estava entrou por engano no complexo de favelas da Maré, na zona Norte do Rio de Janeiro. Ele foi atingido na testa por um tiro de fuzil.
"Quero saber até quando vão continuar morrendo policiais, pais de família, pessoas que vão para proteger a sociedade. Dão sua vida, dão seu sangue, como ele doou para as pessoas", lamentou Vieira. Abalados, os pais de Hélio não quiseram conceder entrevista.
O enterro do soldado deve ocorrer às 17h desta segunda, conforme a assessoria do governo. A cerimônia, com honras militares, irá acontecer no Cemitério Campo da Saudade, na zona Oeste da cidade.
O velório do soldado começou às 19h50 (20h50) de Brasília, após um cortejo fúnebre, escoltado por dezenas de militares, percorrer as principais ruas da capital.
O corpo do soldado chegou no fim da tarde do domingo em um avião da Polícia Federal ao Aeroporto Atlas Brasil Cantanhede. Colegas de farda, amigos e familiares aplaudiram quando o avião pousou.
saiba mais
Corpo de soldado morto com tiro na favela da Maré, no Rio, chega a RR
Governo de RR decreta luto oficial de três dias após morte de soldado no RJ
No aeroporto, houve uma cerimônia restrita aos familiares para entrega do corpo. Em seguida, o caixão foi levado em cortejo fúnebre a uma funerária na zona Oeste da cidade e em seguida levado para o velório na Câmara.À imprensa, o comandante da Polícia Militar de Roraima, coronel Dagoberto Gonçalves, afirmou que notícia da morte do soldado foi recebida com tristeza pela corporação.
"Ele morreu por uma causa nobre. Foi um guerreiro que morreu em combate, que tombou cumprindo sua missão, fazendo aquilo que gostava", afirmou Gonçalves.
O coronel disse ainda que outros 92 policiais militares de Roraima continuam no Rio fazendo a segurança na Olímpiada.
"Conversamos com os nossos oficiais que estão lá no Rio e pedimos cuidado e atenção constante. Nenhum deles pediu para voltar, e todos vão continuar no Rio até o final dos jogos", encerrou.
Ataque a agentes
O ataque à Força Nacional aconteceu na quarta (10), depois que três agentes da corporação entraram por engano na favela. Após ser baleado na cabeça e socorrido em estado grave no Hospital Salgado Filho, Hélio foi operado por uma equipe de três neurocirurgiões durante 4 horas e meia.
O soldado Hélio teve morte cerebral declarada na noite de quinta (11). O óbito oficial foi confirmado às 10h25 do sábado (12).
De acordo com o coronel Dagoberto Gonçalves, o soldado morava no Rio de Janeiro desde 2015 e estava atuando na Força Nacional durante as Olimpíadas. Ele ingressou na PM de Roraima em 2003 e integra a Força Nacional desde 2014.
Além de Hélio, outro agente da Força Nacional ficou ferido no ataque. O capitão Alen Marcos Rodrigues Ferreira, que atua em Cruzeiro do Sul, no Acre, teve ferimentos leves. O soldado Rafael Pereira, do Piauí, que também estava no veículo, escapou ileso.
Reforço nas Olimpíadas
Cerca de 6 mil agentes da Força Nacional, de vários estados, foram enviados ao Rio para reforçar a segurança durante os Jogos Olímpicos.