- 25 de novembro de 2024
Neudo deixa Pacaraima por BV
Inaê Brandão
Do G1 RR
Quatro dias após ser transferido para a sede da Polícia Federal em Pacaraima, no Norte de Roraima, o ex-governador Neudo Campos (PP) retornou para o hospital Lotty Íris, em Boa Vista, no sábado (25).
Segundo a defesa de Campos, a transferência foi determinada pela Vara de Execuções Penais da Justiça Estadual. Campos é marido da atual governadora de Roraima Suely Campos (PP).
A transferência de Campos para Pacaraima foi determinada pelo juiz titular da 1ª Vara do Tribunal Regional Federal da 1ª Região Heldér Girão Barreto. Entretanto, na quinta-feira (23), o juiz federal Klaus Kuschel do Tribunal Regional Federal da primeira região (TRF1), concedeu habeas corpus favorável ao ex-governador.
Com a decisão, a defesa de Neudo informou que o processo dele foi encaminhado do TRF à Vara de Execuções Penais da Justiça Estadual. O novo juízo determinou na sexta (24) que Neudo voltasse para o hospital Lotty Íris.
Conforme o advogado Frederico Leite, o marido da governadora deve permanecer internado enquanto os médicos da unidade acharem necessário para que o estado de saúde dele seja estabilizado.
"São os médicos que dizem quando ele será liberado. O pedido da defesa foi que a questão da saúde psíquica fosse estabilizada. Assim que isso ocorrer, ele irá cumprir a pena em um estabelecimento [prisional] estadual que será determinado pela Vara de Execuções Penais Estaduais", disse Leite.
Internação
Neudo Campos foi internado no dia 30 de maio, após passar mal na Superintendiência da Polícia Federal de Roraima, onde estava detido em cumprimento a mandado de prisão. Ele se entregou à PF no dia 24 do mesmo mês, depois de ter sido considerado foragido da Justiça.
O ex-governador passou três dias internado no Hospital Geral de Roraima e depois foi levado ao Lotty Íris. À época, a defesa do ex-governador informou que ele teve uma crise de ansiedade e ficou muito abalado ao saber que seria levado para cumprir pena em um presídio federal.
Ele chegou a ser avaliado por uma junta médica do Ministério Público Federal (MPF), entretanto, a instituição ainda não divulgou se há resultado.
Condenação
O ex-governador foi condenado a 10 anos e oito meses de prisão por envolvimento no esquema de desvio de verbas públicas conhecido como "escândalo dos gafanhotos", que consistia no cadastramento de funcionários “fantasmas” na folha de pagamento do Estado e do Departamento de Estradas e Rodagem de Roraima (DER/RR), para distribuição dos salários a deputados estaduais e outras autoridades em troca de apoio político.
Em fevereiro deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão de Campos com base no novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade de cumprimento da pena de prisão após decisão de segunda instância. Porém, ele conseguiu na justiça um habeas corpus que lhe assegurava a liberdade de locomoção.
Em abril, o MPF voltou a pedir a prisão dele por condenação em segunda instância em outro processo do "escândalo dos gafanhotos". O mandado de prisão foi derrubado por outro habeas corpus expedido pelo TRF1.