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Pesquisa

UFRR participa do desenvolvimento da vacina contra a dengue.


UFRR faz vacina contra dengue
 
A Universidade Federal de Roraima (UFRR) foi um dos 14 centros de pesquisa escolhidos pelo Governo Federal para realização da pesquisa que desenvolve a vacina contra a dengue. A UFRR será a segunda instituição a realizar a terceira fase da pesquisa, seguida do Instituto Butantan.

Conforme o pesquisador professor doutor Alex Jardim, representante da UFRR, a instituição foi escolhida pela disponibilidade de profissionais capacitados e pela infraestrutura. “Estes foram os requisitos avaliados para a escolha dos centros. Houveram mais de 100 solicitações de participação e a UFRR conseguiu entrar”, disse.

O pesquisador destacou ainda, que a participação da UFRR ficará na história do desenvolvimento da saúde pública. “A universidade tem múltiplas funções, uma delas é educar e a outra é a produção do saber. A ponta de toda pesquisa cientifica é o estudo fase III, então ter a oportunidade do maior estudo multicêntrico acional já realizada, ser um dos centros participantes e ser o segundo a começar é uma oportunidade de participar da história”, afirmou.

A dengue

A primeira epidemia documentada de dengue no Brasil ocorreu entre 1981 e 1982 na cidade de Boa Vista, capital do então território federal de Roraima, quando foram isolados os vírus DEN1 e DEN4. A situação de relativo isolamento deste território do país, à época, contribuiu para que não ocorresse a disseminação para outras regiões do Brasil. Entretanto, fica claro que a Dengue entrou no Brasil por Roraima.

O Instituto Butantan, fundado em 1901, é uma das mais prestigiosas instituições científicas do Brasil e iniciou o desenvolvimento da vacina contra a dengue.

A Vacina Dengue Butantan é o resultado do tipo de ciência transdisciplinar produzido no Instituto, e de parcerias com o NIH (National Institutes of Health), o Instituto Adolfo Lutz, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) – Instituto Central e Instituto da Criança, e o fomento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Antes de ser oferecida à população, a vacina é estudada em modelos animais (estudos pré-clínicos). Em seguida, ela precisa ser estudada em humanos (estudos clínicos). Na fase I, o objetivo é demonstrar que a vacina está apta a ser utilizada em humanos. Em seguida, na fase II, observa-se a capacidade da vacina em estimular o sistema imunológico para a produção de anticorpos. Por fim, na fase III, busca-se a comprovação de que a pessoa vacinada está protegida contra a infecção.

A pesquisa da vacina dengue agora inicia a fase III de ensaios clínicos, que, se confirmar os resultados extremamente positivos das fases anteriores, será uma contribuição de grande vulto para a saúde pública. A vacina avança agora para os testes necessários para a aplicação e produção em larga escala.

Fase III em Roraima

Durante a terceira fase da pesquisa serão vacinados mais de 17 mil voluntários no Brasil. Em Roraima, serão 1360. A Universidade Federal de Roraima em parceria com a Prefeitura de Boa Vista realizará a vacinação a partir do dia 28 de junho.

A UFRR contratou através de uma bolsa de pesquisa do Butantan, uma equipe de profissionais qualificados e treinados para realizar a pesquisa. A equipe conta com médicos, farmacêuticos, enfermeiras, técnicos de laboratório e agentes comunitários de saúde. Além disso, um grupo de oito alunos da Universidade farão projetos paralelos ao desenvolvimento da pesquisa.

O atendimento aos voluntários ocorrerá em um prédio anexo à Unidade Básica de Saúde do Bairro Buritis e atenderá moradores de quatro bairros próximos. São eles: Asa Branca, Buritis, Liberdade e Pricumã. A vacina estudada deve prevenir os quatro tipos de vírus da dengue.

Fim do estudo e distribuição da vacina para população

A terceira fase da pesquisa deve durar cerca de cinco anos. Neste período, a equipe de profissionais contratada pela UFRR para realização do desenvolvimento do projeto, deve convidar, vacinar e acompanhar os voluntários, na UBS e em suas casas. Crianças e gestantes, só serão vacinadas a partir do mês de agosto.

Em 2015 foram registrados 224.101 casos notificados de dengue no país até a semana epidemiológica (SE) 9, início do mês de março. A região Sudeste teve o maior número de casos notificados (145.020 casos; 64,7%) em relação ao total do país, seguida das regiões Centro-Oeste (34.125 casos; 15,2%), Nordeste (21.472 casos; 9,6%), Norte (12.001 casos; 5,4%) e Sul (11.483casos; 5,1%).

No fim da pesquisa, com o resultado positivo, a vacina será disponibilizada para toda a população brasileira. Isto deve ocorrer em 2019.

“A ciência pela ciência é necessária, mais a ciência pela saúde é essencial. Então podermos utilizar a ciência para trazer um benefício real que irá salvar milhares de vida, inclusive de criança, é muito importante. E o mais interessante é que é uma vacina do SUS para o SUS, está sendo financiada com a verba brasileira, do Brasil para o Brasil e será distribuída”, afirmou o professor Alex, representante da UFRR na pesquisa.

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