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Penitenciária

Outra fuga em massa de detentos da penitenciária de Roraima.


Nova fuga em massa

Emily Costa
Do G1 RR

Um vídeo do circuito interno de Peniteniciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, mostra o momento exato da fuga em massa registrada na noite dessa terça-feira (7) na unidade. As imagens, exibidas no Bom Dia Amazônia desta quarta (8), revelam que dezenas de detentos usaram escadas artesanais para pular o muro e fugir do presídio, que é o maior do estado.
Em nota, o governo do estado informou que a cúpula da Segurança Pública está reunida nesta quarta, por determinação da governadora Suely Campos (PP), para apontar de forma imediata um conjunto de ações e medidas que solucionem os desafios do sistema prisional do estado e garantam a segurança e tranquilidade à população.
Um agente penitenciário da unidade afirmou ao G1 que os detentos escaparam do presídio por volta das 21h (22h de Brasília) após quebrar os cadeados das alas. Em seguida, eles foram para a área externa da penitenciária e escalaram um muro de mais de 4 metros usando escadas artesanais.
As escadas usadas na fuga, segundo o agente, foram construídas com materiais de um obra que ocorre dentro do presídio. O número de presos que fugiram ainda não foi divulgado pelo governo.

"Em cada ala, onde normalmente há cerca de 200 presos, há só um cadeado para fechar a grade. Isso porque durante a noite as celas ficam abertas e os presos transitam livremente dentro das alas. Assim, ontem eles só tiveram de quebrar um cadeado por ala e correr até o muro, onde usaram as escadas para escalar e fugiram", relatou o agente que pediu para não ter o nome divulgado.
De acordo com o servidor, a maioria dos presos que conseguiram fugir são ligados a organizações criminosas que atuam dentro e fora dos presídios do estado. Esta é a segunda fuga registrada na unidade em menos de 24h.
"Fomos informados que os líderes de organizações criminosas determinaram que ocorram fugas diárias na peniteniciária. O objetivo deles é conseguir armas e drogas para 'tocar o terror' na cidade", disse o agente.
Presos feridos e recapturados
Conforme servidores da unidade prisional, dois detentos ficaram feridos e foram recapturados logo após a fuga. Um quebrou o pé depois de pular o muro e outro foi baleado na coxa enquanto corria pela mata perto do presídio. Não foi informado se eles receberam atendimento médico após serem recapturados. Além deles, ainda segundo servidores, outros dois presos foram detidos pela Polícia Militar após saírem do presídio.

Segunda fuga em menos de 24h

Na madrugada de terça, cerca de 13 homens também fugiram do presídio usando escadas artesanais.
Conforme nota da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), os presos foram identificados como Thiago Henrique Silva Sousa, Arbelte José Oleaga, Cleber Barbosa Trindade, Warley Franco da Silva, Anderson Santana Barbosa, Arlisson Coimbra Duarte, Diego Eduardo da Silva, Marcelo Costa Coqueiro, Oziel da Silva Lima, Victor Henrique Lima de Jesus, Paulo de Souza ou Paulo Jhoseph, Maycon Gomes da Silva e José Ribamar Cardoso Gomes.
Atualmente o controle da Penitenciária Agrícola de Boa Vista é de responsabilidade da Polícia Militar, que assumiu o comando de todas as operações dentro da unidade no final de dezembro de 2015. O policiais são responsáveis pelo serviço de vigilância interna e externa.
A população pode ajudar na localização e recaptura dos foragidos por meio dos telefones 190, 99139-9529 (WhatsApp) ou 0800 278 0130.
'Problemas estruturais levam as fugas', diz Sindicato
Ao G1, a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado, Joana Darc, afirmou que pelo menos 45 presos fugiram da unidade desde a segunda-feira (6).
"Estimamos que de segunda para cá, entre 40 e 45 presos fugiram do presídio", pontuou, acrescentando que ainda não há um número oficial de detentos que deixaram a penitenciária na noite de terça. "A contagem deve ser realizada até o fim da manhã".
Conforme a presidente do Sindicato, as constantes e diárias fugas no presídio não tem "relação com a gestão, mas sim com a estrutura precária do presídio".
"São 1,3 mil reeducandos e ninguém consegue controlar porque a estrutura da Peniteniciária Agrícola está precária e não segura os detentos. A gente vem falando, pedindo e batendo nessa questão, porque o problema é de estrutura. Queremos que as autoridades vejam o problema com mais seriedade e pensem num novo modelo de presídio", finalizou Joana.

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