- 25 de novembro de 2024
Dra. Suzete se entrega à Polícia
Emily Costa
Do G1 RR
A médica Suzete Macedo de Oliveira se entregou na Polícia Federal (PF), por volta das 10h, desta quarta-feira (25), acompanhada pelo marido, o senador de Roraima Telmário Mota (PDT). Ela era considerada foragida desde a sexta (20) quando teve a prisão decretada pela Justiça.
Em entrevista ao G1, o senador Telmário Mota reafirmou que não se envolve em assuntos relacionados ao trabalho da esposa, mas garantiu que a defesa já recorreu do mandado de prisão. A Polícia Federal ainda não informou onde a médica deve aguardar a decisão da Justiça.
"Para não criar nenhum constrangimento e também por respeito à Polícia Federal, os advogados entenderam que seria muito melhor ela [Suzete] se apresentar e esperar a resposta dos habeas corpus que foram impetrados", declarou Mota, acrescentando que a prisão da mulher "não foi jurídica, mas política".
Sobre a mulher ter ficado cinco dias foragida, o senador afirmou que ela só se apresentou nesta quarta porque os advogados consideraram arbitrária o pedido de prisão.
"Quiseram criar um constrangimento. Mas agora, ela está tranquila e vai esclarecer tudo o que houve". O senador afirmou que não soube onde ela ficou durante os cinco dias em que esteve foragida. "Eu estava em Brasília", declarou.
A mulher do senador teve a prisão decretada pela 2ª Vara da Justiça Federal em Roraima a pedido do Ministério Público Federal (MPF), após ela ter um pedido de habeas corpus negado no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília.
Junto com o mandado de Suzete foram expedidos mais seis determinações. Os acusados foram presos no último dia 20.
O ex-governador Neudo Campos (PP) e marido da govenadora do estado Suely Campos, apontado pela Polícia Federal como o líder do esquema de desvio de verbas, também teve a prisão decretada. Ele se entregou à Polícia Federal nessa terça, após pós cinco dias foragido.
'Escândalo dos Gafanhotos'
Segundo as investigações da operação Praga no Egito, no ano de 2002 foram desviados R$ 70 milhões oriundos de repasses de convênios da União ao estado de Roraima. O esquema gerou dano ao erário e enriquecimento ilícito de terceiros.
A corrupção acontecia da seguinte forma: pessoas comuns eram aliciadas como 'gafanhotos', para que seus nomes fossem inseridos na folha de pagamento do DER ou do estado em troca de uma ajuda financeira irrisória. Em seguida, procuradores dos 'gafanhotos' sacavam os salários junto à empresa e entregavam o dinheiro a deputados ou conselheiros de contas beneficiados e designados pelo ex-governador.