Gafanhoto

Desembargador livra Neudo

O desembargador federal Cândido Ribeiro do Tribunal Regional da 1° Região, em Brasília, concedeu na noite de sábado (20) habeas corpus ao ex-governador de Roraima Neudo Campos (PP). Na quinta (18), a Justiça Federal, por meio da 1ª Vara, decretou a prisão de Campos. Ele chegou a ser considerado foragido após não ter sido encontrado pela Polícia Federal para o cumprimento do mandado de prisão.
Na decisão, que garante a liberdade de Neudo Campos, o desembargador cita que "a decisão do juiz de primeiro grau, em princípio, parece se sobrepor à decisão do relator do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a quem caberia , salvo melhor juízo, a decisão de aplicação imediata ou não do precedente novo do Supremo Tribunal Federal".
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O ex-governador teve a prisão decretada após um pedido do Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal em Boa Vista.
A solicitação teve como base o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade de cumprimento da pena de prisão após decisão de segunda instância.
Campos é esposo da atual governadora de Roraima, Suely Campos (PP), e exerce a função de consultor político da governadoria.
Outro pedido de habeas corpus
Além do pedido de habeas corpus ingressado junto à Justiça Federal, a defesa do acusado também entrou com o mesmo pedido no STJ. A medida ainda não foi apreciada, pois segue no expediente normal.
"Foi uma estratégia de defesa. Foram impetradas várias medidas contra essa decisão de prisão [da 1ª Vara], que 'usurpou' a competência do STJ. O habeas corpus concedido foi impetrado no plantão do Tribunal Regional da 1° Região e outro no expediente normal do STJ", explica o advogado de Campos em Boa Vista, Frederico Leite.
Este é o segundo habeas corpus conseguido pelo ex-governador em menos de um mês. Em janeiro desembargadora federal Monica Sifuentes do TRF da 1° Região concedeu o benefício ao acusado após ele ter tido a prisão decretada.
'Escândalo dos gafanhotos'
Neudo Campos foi condenado a 10 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado por envolvimento no "escândalo dos gafanhotos", que desviou R$ 70 milhões em convênios oriundos da união em 2002.
O esquema consistia no cadastramento de funcionários “fantasmas” na folha de pagamento do Estado e do Departamento de Estradas e Rodagem de Roraima (DER/RR), para distribuição dos salários a Deputados Estaduais e outras autoridades em troca de apoio político.(Valéria Oliveira - G! RR)