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Corrupção

PF vê desvio de R$ 4,5 mi em esquema de licitação no Cantá.


Operação da PF no Cantá

Inaê Brandão
Do G1 RR

As investigações da operação 'Libertatem' da Polícia Federal (PF) em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU) apontou que cerca de R$ 4,5 milhões foram desviados em um esquema de licitação e peculato no município do Cantá, interior de Roraima. O período investigado é o dos últimos seis meses.
O G1 tentou entrar em contato com a prefeitura do município, mas as ligações não foram atendidas.
Na manhã desta segunda-feira (30), 11 mandados de busca e apreensão, sete de condução coercitiva e três de afastamento de cargo público foram cumpridos no município e em Boa Vista. Segundo o delegado responsável pelo caso, Odon Dantas, um dos servidores afastados é secretário do município. Entretanto, a autoridade policial não deu mais detalhes.
A auditora da CGU Renata Rezende explicou que a controladoria foi realizar uma fiscalização no município e encontrou uma série de irregularidade em diversos programas federais ligados ao transporte e merenda escolar, ao programa de assistência básica de saúde e a obras financiadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"As provas envolviam basicamente fraudes em licitação. Direcionamento, conluio de licitantes, mas principalmente, montagem de processos licitatórios", disse a auditora.  Ela também citou que várias certidões falsas foram encontradas, assim como o uso de empresas fantasmas para simular uma competitividade no certame.
Documentação apreendida pode mostrar que desvio é ainda maior (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)

Além disso, as investigações também apontaram para o pagamento de serviços não executados ou executados a menor. Também foi observado o superfaturamento em obras de escolas que estavam abandonadas.
"O que chamou bastante atenção é que uma mesma empresa participava de licitações para a compra de materiais distintos. Licitação para compra de material didático, para a compra de gêneros alimentícios, compra de material esportivo e até para realizar serviços de manutenção preventiva e corretiva em ônibus de transporte escolar. Uma mesma empresa não tem como prestar toda essa gama de serviços", frisou Renata.
O prejuízo de R$ 4,5 milhões pode ser maior, segundo o delegado da PF Alan Robson, pois nos seis meses de investigação somente os recursos federais foram analisados. "Há recursos estaduais envolvidos que serão levantados durante a analise da documentação apreendida". O delegado afirmou ainda que outros municípios podem estar envolvidos na mesma prática criminosa.
Alan disse que os acusados devem responder pelos crimes de peculato e formação de quadrilha. As sete pessoas conduzidas coersitivamente estão sendo ouvidas na sede da PF. Segundo Alan, contra eles existiam fortes indícios de participação. "Eles estão sendo ouvidos e serão indiciados pela pratica de crimes licitatórios".

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