- 26 de novembro de 2024
Prédio deve sofrer mudanças
Emily Costa
Do G1 RR
Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (23), em Boa Vista, o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Alexandre Marques, afirmou que 'medidas rápidas e definitivas' precisam ser tomadas para resolver a 'situação precária' do Instituto Médico Legal (IML) de Roraima. A instituição foi vistoriada na última quinta (19) e cadáveres em estado de decomposição foram achados no chão pelo Ministério Público de Roraima (MPRR).
Por conta da urgência por melhorias na unidade, o CRM anunciou que fará uma inspenção no prédio do Instituto e deverá elaborar um relatório que aponte falhas e sugira melhorias no local. O Conselho Regional de Odontologia (CRO) também participará da ação.
"Quando for concluído será encaminhado ao Conselho Federal de Medicina, aos órgãos fiscalizadores e gestores não só da área de saúde quanto para o governo em si", alegou Marques.
De acordo com o presidente, a inspeção deve ocorrer até o fim do dia e o relatório da vistoria deve ser apresentado em até 30 dias. Ele afirmou que a visita deve ajudar as autoridades a buscarem medidas emergenciais e definitivas para resolver a atual situação precária do Instituto, que funciona no mesmo prédio há quase 40 anos.
O presidente disse ainda que 'há tempos se cobra um espaço distante da cidade e de tamanho adequado para o funcionamento do Instituto'. "Há a necessidade de um espaço fora da área urbana da capital, um local com estrutura adequada onde as pessoas possam ser atendidas de forma correta, ética e respeitosa", declarou.
Conforme a promotora Jeane Sampaio, titular da Promotoria de Saúde, o relatório emitido pelos Conselhos deverá 'enriquecer a ação judicial já impetrada pelo MPRR na Justiça.
"As atuais condições do prédio prejudicam os usuários, servidores e até as investigações criminais. Por isso, espero que com essa ação conjunta do CRM e com a postura do estado, que está disposto a promover melhorias no IML, não encontremos mais uma situação aterrorizante como a vista na semana passada", afirmou.
Um representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB - Seccional Roraima, que também participou da coletiva de imprensa, comentou que a atual precariedade do IML prejudica seriamente as vítimas de abusos sexuais que necessitam de atendimento no local.
"Familiares dessas pessoas já acionaram a OAB para relatar esse problema e nós já solicitamos melhorias, mas até hoje não obtivemos nenhuma resposta sobre isso", pontuou.
Diretor do IML diz que câmaras serão ligadas
Em entrevista, o diretor do IML, o médico Francisco Ferreira, informou que as câmaras frigoríficas que existem na unidade há cerca de um ano serão ligadas nesta terça-feira (24). Elas serão usadas para a conservação dos corpos que sejam levados ao Instituto.
"Quando tomou conhecimento do problema do IML, a nossa governadora Suely Campos [PP] determinou providências para que as seis câmaras sejam colocadas em funcionamento. Por isso, um transformador será instalado na rede elétrica e em breve elas começarão a operar", garantiu.
Ele afirmou ainda que a construção de um novo prédio em outro local está sendo estudado pelo governo. No entanto, ainda não há previsão para a inauguração de um novo IML.
"Esse novo prédio com certeza vai prestigiar não só o IML quanto a papiloscopia e a criminalística, até porque a medicina legal não trabalha de forma correta sem essas duas 'gêmeras siamesas'", garantiu Ferreira.