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Medindo forças

Taxistas de RR fecham BR-174 em protesto contra bloqueio de indígenas.


BR-174 novamente bloqueada

Emily Costa
Do G1 RR

Taxistas que atuam em rotas intermunicipais de Roraima decidiram, na manhã desta quarta-feira (28), bloquear a BR-174, em Boa Vista, - sentido Norte - em protesto contra a manifestação de professores e líderes indígenas que também fecha a rodovia no KM 677 no município de Pacaraima.
"Estamos sendo prejudicados por esse protesto que ocorre no Malocão [região indigena] ao ponto de não termos nem como trabalhar. Não conseguimos chegar até a Venezuela, onde costumamos abastecer os veículos e assim cobrar passagens mais baratas aos passageiros", afirma Santos.
De acordo com ele, mais de 40 veículos estão fechando o trânsito na rodovia no trecho que fica no Anel Viário da capital.
Segundo a presidente da Cooperativa de Transporte Alternativo de Pacaraima (Cotrap), Carmélia Lopes, o protesto também é uma forma de cobrar providências, já que alguns taxistas contabilizam prejuízos de até R$ 2 mil por dia.
"Nós trabalhamos junto com empresas que vendem pacotes turísticos para a Venezuela. Então, nós fazemos o transporte desses turistas de Boa Vista a Pacaraima [município fronteiriço a Venezuela]. No entanto, com os dois pontos de bloqueio feito pelos índios, estamos perdendo clientes que vêm de outros estados e consequentemente acumulando um grande prejuízo", alega Carmélia.
Bloqueio na BR-174
Conforme a presidente da Organização dos Professores Indígenas de Roraima (Opirr), professora Iranir Barbosa, os indígenas mantêm dois protestos na BR-174 desde a segunda-feira (26).
A princípio, os passageiros tinham autorização para caminhar entre os pontos de bloqueio, mas, nesta quarta, a categoria decidiu impedir que qualquer veículo ou pessoa - exceto ambulâncias e carros oficiais - cruze a rodovia.
"Queremos que o governo volte a negociar conosco, uma vez que não está cumprindo itens estabelecidos no acordo que pôs fim à greve da Educação indígena", detalha Iranir, acrescentando que os professores também querem esclarecimentos sobre a Lei 892, que estabelece o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações da categoria.
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Segundo ela, o protesto deve permanecer até que sejam feitas reuniões entre os professores e o governo no local onde a rodovia está bloqueada.
"Nós fizemos um acordo para o fim da greve, então agora estamos cobrando o cumprimento dele. Estamos dialogando para que possamos resolver essa situação, mas até o momento não temos previsão de quando a BR-174 será liberada", disse.
O que o governo diz
Em nota, a assessoria do governo informou que a governadora Suely Campos recebeu, nesta manhã, representantes da Opirr e garantiu que irá ao local do protesto, na BR-174, na manhã desta quinta-feira (29), para negociar com os indígenas a liberação da rodovia.
Ainda conforme a nota, a governadora solicitou que o trecho interditado fosse liberado imediatamente. No entanto, a proposta foi negada pelos indígenas, segundo informações da assessoria.
Durante a reunião também, de acordo com a nota, a governadora adiantou aos indígenas que os pontos acordados para finalização da greve, no mês passado, estão sendo cumpridos. Segundo ela, o material de expediente, que é uma das reclamações dos manifestantes, já está sendo separado para entregar às escolas. Com relação às alterações na lei 892, Suely afirmou que irá explicar aos indígenas todos os pontos que não ficaram claros, uma vez que as mudanças trarão diversos benefícios à categoria, informou a nata do governo.

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